Pedro Nuno quer o “striptease” clarificado antes das eleições — e deixa cair CPI à Spinumviva com uma condição

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RODRIGO ANTUNES/LUSA

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos.

A comissão de inquérito à “palavra do ano” cairá, se Montenegro explicar tudo antes das eleições.

Questionado sobre o caso da Spinumviva — nome da empresa que segundo o jornalista António Costa do ECO considerou que “será provavelmente a palavra do ano 2025” — Pedro Nuno Santos disse já saber “o suficiente para fazer uma juízo negativo da seriedade ainda primeiro-ministro”, Luís Montenegro.

E admitiu deixar cair a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ao caso da empresa que o PS apresentou no parlamento, caso Montenegro esclareça totalmente o seu envolvimento até ao final da campanha eleitoral, voltando  a dizer que espera que não seja necessário recorrer a este instrumento na próxima legislatura.

Caso das duas casas? “Era útil clarificar antes de ir a votos”

Já sobre a averiguação preventiva que o envolve, o secretário-geral do PS disse esperar que seja clarificada antes de os portugueses votarem nas legislativas — e deve enviar ainda “provavelmente, durante o dia de hoje”, esta terça-feira, o requerimento ao Ministério Público para ser ouvido, garante.

Pedro Nuno Santos recusou fazer qualquer crítica ou apreciação sobre trabalho do Ministério Público, pelo qual afirmou ter “total respeito”, insistindo que “as denúncias anónimas feitas nesta altura tiveram uma motivação política“.

Para o líder do PS, uma vez que este tema sobre a compra das suas duas casas foi levantado durante a campanha eleitoral, era importante “se pudesse ser clarificado antes de os portugueses serem chamados às urnas”, no dia 18 de maio.

“Acho que isso era útil porque é um tema que surge durante uma campanha em que o país está a ser mobilizado para fazer uma escolha sobre quem vai ser o parlamento, mas também sobre quem vai ser o líder do país”, disse.

Pedro Nuno Santos apontou que esta decisão que os portugueses têm que tomar nas eleições é “demasiado importante para que não haja um esforço de todas as instâncias para que as coisas sejam resolvidas até às eleições”.

“Era correto, não tanto por mim, era pelos portugueses que vão fazer uma escolha no dia 18 de maio e têm que saber se têm algum motivo de preocupação com quem têm à sua frente”, defendeu.

O líder do PS espera que esta situação não o prejudique, assegurando que fez tudo “aquilo que podia” com as explicações que deu, colocando toda a informação pública como diz que lhe competia.

“Tivesse o meu adversário feito o mesmo se calhar nós não estávamos na situação em que nós estamos”, voltou a dizer.

O líder do PS assumiu que “por mais desagradável que possa ser ‘fazer um striptease’ da sua vida”, esse “é o custo da decisão” que tomou de estar na vida política, reiterando que o primeiro-ministro deveria prestar todos os esclarecimentos sobre as situações que o envolvem.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. A gente quer saber de onde vieram milhares e milhares de euros para pagar duas grandes casas. Este patife Pedro Santos, já deu três versões para a origem do dinheiro. Tem que esclarecer. Não é tentar passar entre os pingos da chuva.

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    • Os pontos principais da controvérsia que envolve Pedro Nuno Santos e a origem dos fundos (centenas de milhares de euros) usados na compra das suas duas casas: Múltiplas Versões: Inicialmente, alegou um empréstimo do pai. Um argumento compreensível, mas que carece de prova documental. Depois, mencionou poupanças suas e da esposa. Esta versão levanta dúvidas, pois os rendimentos conhecidos de Pedro Nuno e da esposa não parecem justificar, sozinhos, uma poupança tão elevada num espaço de tempo não muito longo. Por fim, referiu-se a “ajuda familiar” genérica. Esta é a mais vaga de todas e deixou no ar a ideia de que se está a evitar detalhes específicos, o que alimenta ainda mais as suspeitas Falta de Transparência: A ausência de documentação comprovativo (recibos, extratos bancários) alimenta a dúvida. A ambiguidade das explicações gera desconfiança. Implicações Políticas: A credibilidade de Pedro Nuno Santos está em causa. A exigência de transparência na política portuguesa intensifica a pressão. A percepção pública tornou-se intolerante a explicações que soem a “meias verdades”. Questões Centrais: A origem concreta dos 439 mil euros permanece obscura. A falta de consistência nas explicações é o principal foco da controvérsia. Num contexto de crescente exigência ética, sobretudo após outros escândalos (transitados em julgado) que abalaram a confiança nas instituições,o público passou a rejeitar justificativas ambíguas ou incompletas, interpretando-as como tentativas de encobrir a verdade.

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