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Mais de 60% dos medicamentos escasseiam na Venezuela

A oposição venezuelana denunciou esta segunda-feira que mais de 63% dos medicamentos estão a escassear no país e acusou o Governo de usar um “controlo comunista” ao impor um sistema biométrico para limitar as compras nas farmácias.

“Estamos a fazer um levantamento do índice de escassez nos municípios e até este momento, no que se refere à área metropolitana de Caracas apresenta-se um défice de 63% e no interior do país de 72%”, disse o secretário do partido de centro-esquerda Um Novo Tempo.

Carlos Valero explicou, durante uma conferência de imprensa em Caracas, que uma das razões para a escassez de medicamentos é “a dívida milionária que o Governo tem com a indústria farmacêutica e os laboratórios, que é superior a 4 mil milhões de dólares”.

“Seria mais eficaz e saudável para o país que o Governo pagasse essa dívida e deixasse de confrontar-se com o setor privado. Está demonstrado que os controlos excessivos que o Governo tem implementado derivam em mais corrupção, piorando a situação de escassez e falta de abastecimento”, disse.

A 24 de abril o Governo venezuelano anunciou o lançamento de um novo sistema informático que controlará a distribuição e comercialização de medicamentos na Venezuela.

O anúncio do lançamento do Sistema Integrado de Acesso a Medicamentos, Siamed, foi feito pelo ministro da Saúde, Henry Ventura, e ocorre num momento em que os venezuelanos se queixam de dificuldades para conseguir medicamentos, principalmente os de uso diário obrigatório.

Segundo Henry Ventura, trata-se de um sistema de distribuição direta que dará prioridade aos pacientes com doenças crónicas.

Numa primeira etapa vão ser considerados prioritários os medicamentos para doenças cardiovasculares, endócrino-metabólicas e neurológicas.

Na Venezuela são cada vez mais frequentes as queixas de dificuldades na obtenção de medicamentos para vários tipos de doenças, entre elas a hipertensão e a diabetes.

/Lusa

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