IL vai sozinha às eleições, mas já fala em geringonça

Paulo Novais / Lusa

O presidente da Iniciativa Liberal (IL), Rui Rocha.

Rui Rocha nem deixou o Parlamento arrefecer: entrou em campanha no dia em que o Governo caiu. Líder liberal tinha um plano para Montenegro, mas primeiro-ministro não o ouviu.

No mesmo dia em que o Governo da AD caiu, na sequência do chumbo da moção de confiança apresentada pelo mesmo, o presidente da Iniciativa Liberal (IL) recusou integrar qualquer coligação pré-eleitoral e o partido — o único a votar ao lado do Governo na aprovação da moção desta terça-feira — anunciou que vai apresentar-se, “como sempre”, sozinho às eleições legislativas antecipadas, a realizar-se, segundo as indicações do Presidente da República, ou no dia 11 ou 18 de maio.

“Tenho pena”, reagiu já Duarte Pacheco do PSD. No entanto, em entrevista à SIC Notícias, Rui Rocha garantiu estar disponível para uma geringonça à direita depois das eleições, se surgirem “políticas muito mais ambiciosas”, repetindo, no fundo, a ideia que tinha nas eleições de há um ano.

“A IL estará disponível para arranjar uma solução governativa para o país. Usaremos a nossa força eleitoral para influenciar mesmo uma mudança séria”, garantiu.

O líder liberal — que há uma semana dizia no parlamento que “pela parte da Iniciativa Liberal, vamos a elas [referindo-se às eleições]”, — começou por esclarecer que o partido votou ao lado do Governo esta terça-feira pelo “compromisso com os portugueses” e para evitar uma crise política num momento que considera “péssimo” para tal, apesar de achar que a IL pode sair a ganhar com uma ida às urnas.

E confessa: apresentou um plano a Montenegro para resolver tudo. Para Rui Rocha, “a única forma” de evitar este cenário era o primeiro-ministro pedir desculpas aos portugueses e explicar as dúvidas que ainda pairam mas, considera o liberal, Luís Montenegro não o quis aceder à sua proposta.

Rui Rocha vai propor eleições legislativas a 11 de maio, em vez da segunda data apresentada por Marcelo Rebelo de Sousa de 18 de maio.

Marcelo Rebelo de Sousa ouve os partidos esta quarta-feira, com Conselho de Estado agendado para o dia seguinte, pelas 15h00.

Tomás Guimarães, ZAP //

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