Há 100 anos morria “o maior explorador de cavernas de sempre”

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Floyd Collins (1887-1925)

Tragédia em Caverna do Mamute: Floyd Collins morreu exatamente como imaginou no seu pesadelo noturno, uma semana antes.

O “maior explorador de cavernas de sempre” (pelo menos, segundo a sua lápide) morreu de forma trágica há 100 anos a fazer o que mais gostava, numa das expedições mais comentadas da história da espeleologia.

Tudo se passou em finais de janeiro de 1925, quando o destemido William Floyd Collins, de 38 anos, se aventurou na Sand Cave, na região do Parque Nacional Mammoth Cave, no estado norte-americano de Kentucky.

Na altura ainda por explorar, Collins queria ser o primeiro a ver a caverna com os seus próprios olhos para a abrir aos visitantes, através de um acordo com o proprietário do terreno para partilhar os lucros caso o empreendimento fosse bem sucedido, como recorda o Serviço Nacional de Parques dos EUA.

Com uma lanterna de querosene e nada mais, rastejou e esgueirou-se pelas passagens estreitas e espaços apertados da caverna. No regresso, uma rocha de 12 quilos caiu em cima do seu pé, prendendo-o na caverna.

Quando Collins não regressou a casa, começaram as buscar. O seu casaco foi descoberto no exterior da gruta, o que levou os socorristas a concentrarem os seus esforços na Sand Cave (Caverna da Areia). No entanto, as passagens apertadas e traiçoeiras tornaram quase impossível chegar ao explorador.

Um rapaz de 17 anos, Jewell Estes, chegou a conseguir rastejar o suficiente para comunicar com Collins, mas não conseguiu ajudá-lo a soltar-se. Passavam os dias, e o explorador continuava no mesmo local, sem conseguir mexer-se.

À medida que a notícia se espalhava, os media ficaram obcecados com a história. Alguns relatórios chegaram a afirmar (falsamente) que todo o incidente era uma farsa ou que Collins tinha sido assassinado.

Um artigo do The New York Times, publicado a 6 de fevereiro de 1925, foi intitulado de “Sonhava com estar preso”. A madrasta de Collins disse que ele tinha falado de um pesadelo que teve uma semana antes da expedição fatal, em que ficava preso numa gruta devido à queda de uma rocha. Terá implorado ao enteado para não ir, mas foi a última vez que o viu.

Apesar dos rumores, a tentativa de resgate continuava e, a 14 de fevereiro, o poço de escavado para retirar Collins tinha atingido uma profundidade de 17 metros.

A 16 de fevereiro, Collins foi encontrado morto por exposição, exaustão e fome, apenas 24 horas antes de os socorristas terem chegado ao seu local.

O seu corpo foi inicialmente deixado dentro da caverna para evitar mais acidentes, mas mais tarde foi removido para um enterro digno no Cemitério da Igreja Batista da Caverna do Mamute. A sua lápide terá para sempre a inscrição: “o maior explorador de cavernas alguma vez conhecido”.

Este sábado, a morte de Floyd foi relembrada e honrada em Cave City com uma peça de teatro dedicada à sua história, de acordo com o Bowling Green Daily News.

ZAP //

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