Mais cabras sapadoras: os reforços do ICNF para lutar contra os incêndios

O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) está a preparar uma nova medida para apoiar o pastoreio no âmbito da prevenção de incêndios, depois do anterior apoio ter ficado aquém das expectativas.

Em 2019, Portugal foi notícia no The New York Times pelos seus revolucionários “bombeiros low-cost” – as cabras sapadoras.

A função das cabras é comer a vegetação rasteira, que contribui para a combustão e propagação dos incêndios.

Os concursos para apoiar as chamadas cabras sapadoras – rebanhos de ovelhas e cabras que asseguram a limpeza de terrenos – surgiram após os grandes incêndios de 2017, mas a sua procura ficou muito aquém do esperado, com as candidaturas aprovadas a totalizarem cerca de 800 mil euros, quando havia um total de dez milhões de euros disponíveis nos três avisos lançados entre 2018 e 2019.

A fraca procura de candidatos levou a uma reflexão dentro do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que concluiu que “o valor financiado por hectare de pastoreio era baixo, tendo em conta a exigência que uma atividade de pastoreio acarreta”, afirmou à agência Lusa a instituição, em resposta escrita.

Segundo o ICNF, nos primeiros anos, também terá contribuído para o insucesso a “inexistência de uma medida financiadora que permitisse ao pastor obter assistência técnica para a submissão de candidaturas e pedidos de pagamento”.

O ICNF prepara agora uma nova medida para apoiar o pastoreio no âmbito da prevenção de incêndios, depois do anterior apoio ter fracassado.

Com a execução das candidaturas dos três avisos anteriores terminada (a última a 31 de dezembro de 2024), o ICNF está agora a elaborar “uma medida que visa apostar na prevenção dos incêndios rurais”, com recurso, “designadamente, ao pastoreio”, disse.

De acordo com o ICNF, esta nova medida deverá ser lançada ainda este ano.

Os três avisos lançados no passado permitiram apoiar 48 rebanhos de cabras e ovelhas, com 10.033 efetivos aprovados, dos quais cerca de sete mil eram caprinos.

Dos 48 rebanhos, quatro são geridos por entidades públicas, estando a maioria concentrados nas regiões Centro (15) e Norte (21).

Nas candidaturas aprovadas, ficou contratualizada a limpeza de um total de 3.346 hectares por estes rebanhos ao longo de cinco anos, disse.

ZAP // Lusa

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