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Gronelândia faz política com futebol: só tem 18 campos, mas quer competir contra os EUA

Henrik Karll / Wikimedia Commons

Campo de futebol Nuuk, na Gronelândia, sem bancada e numa cidade repleta de neve

Equipa nacional, até agora amadora, quer entrar na delegação norte-americana da FIFA. Independência total é ainda uma realidade distante, mas o país já esteve mais longe de uma partida Gronelândia-EUA. O objetivo é “enfrentar os grandes”.

A Associação de Futebol da Gronelândia vai enviar uma delegação aos Estados Unidos no próximo mês para iniciar conversações sobre a entrada no organismo de futebol da América do Norte CONCACAF, a liga da FIFA da América do Norte, América Central e Caraíbas.

A Gronelândia é a maior ilha do mundo, e tem mais de 2 milhões de km2 de área. No entanto, no país existem apenas 18 campos de futebol, ao todo. Isso não impede os seus 57 mil habitantes de quererem competir profissionalmente.

Esta vontade surge num momento em que Donald Trump, presidente dos EUA, está cada vez mais interessado em deter a Gronelândia, território independente que pertence à Dinamarca.

Atualmente, as equipas gronelandesas só têm jogos amigáveis. Agora, o novo pedido de adesão “trata-se de mostrar que o povo gronelandês é capaz e corajoso o suficiente para enfrentar os grandes“, disse à Reuters o selecionador nacional Morten Rutkjer.

Mas, se por um lado este interesse na participação profissional pode sugerir uma necessidade de afirmação da Gronelândia enquanto nação (e sugerir, possivelmente, uma vontade de independência), pode também significar uma adesão à comunidade americana: podem não querer fazer parte dos EUA, mas querem fazer parte da comunidade futebolística onde o país se insere.

A Gronelândia está agora a planear três jogos no final do ano contra países mais pequenos da CONCACAF. “Há um interesse significativo em jogar contra nós por parte de várias nações grandes do futebol”, disse Rutkjer.

A Gronelândia foi convidada pelo secretário-geral da CONCACAF, Philippe Moggio, para uma reunião a 27 de fevereiro na sede do organismo em Miami, de acordo com o diretor da Federação de Futebol da Gronelândia, Kenneth Kleist, que garante que “o convite não está relacionado com o atual interesse geopolítico na Gronelândia”.

ZAP //

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