Ex-presidente comprou joias e viagens com dinheiro ‘azul e branco’. Não é preciso queixa para avançar com investigação: Ministério Público livre para investigar ex-administradores do FC Porto por vários crimes financeiros.
O Ministério Público (MP) está livre para investigar ex-administradores do FC Porto por suspeitas de crimes como gestão danosa, abuso de confiança, fraude fiscal e burla sem precisar que seja apresentada queixa, avança o Correio da Manhã este sábado.
Entre os envolvidos encontra-se o ex-presidente Jorge Nuno Pinto da Costa, que pode vir a ver os seus bens arrestados pela Justiça.
Pinto da Costa terá utilizado crédito do clube para despesas pessoais, como a compra de joias e o pagamento de estadias em hotéis de luxo, despesas que foram alegadamente incorporadas no património pessoal do ex-presidente.
A investigação não depende de queixa formal, dado que os crimes em questão são públicos. O simples conhecimento dos factos obriga à abertura de um inquérito, podendo o MP, caso considere necessário, pedir o arresto preventivo de bens ou contas bancárias dos envolvidos.
Vítor Baía na mira
Há pelo menos quatro ex-administradores sob suspeita, escreve ainda o Correio da Manhã.
Além de Pinto da Costa, Vítor Baía, ex-guarda redes e ex-administrador do clube, também está sob suspeita, sendo apontado como responsável por gastos pessoais, incluindo festas de aniversário, cobrados ao clube.
Ainda não é claro se estas despesas tinham autorização prévia para serem descontadas nos prémios.
Além de transações de jogadores, a mais recente auditoria forense ao FC Porto revelou irregularidades na venda de bilhetes para jogos aos Super Dragões e às casas do clube, estimando perdas de 5,1 milhões de euros em 2017/18, 2018/19, 2021/22, 2022/23 e 2023/24.
Os Super Dragões averbaram dívidas de dois milhões em relação a ingressos não restituídos ao FC Porto e uma perda de 1,45 milhões em faturas não elegíveis à luz do protocolo, tendo utilizado de forma indevida recursos do clube para pagarem viagens pessoais a membros e familiares da direção da claque rumo a destinos onde não existiam jogos dos ‘dragões’.
Eram atribuídos aos ‘Super’,com regularidade, descontos não autorizados aplicados sobre o valor facial dos bilhetes vendidos para os jogos do Estádio do Dragão, resultando numa perda de 850 mil euros.
Pinto da Costa, o presidente mais titulado da história dos dragões, não só sabia do esquema fraudulento, como o apoiava e incentivava: servia como “moeda de troca” pelo apoio dado pela claque à direção de Pinto da Costa, segundo os mandados de busca entregues aos arguidos no momento das buscas em maio do ano passado.
A discussão sobre a expulsão de ‘Macaco’ e da esposa, Sandra Madureira, de sócios do FC Porto, foi retirada da agenda da Assembleia Geral, devido à sua ausência, impedidos de comparecer pelo tribunal.
Já Fernando Saul poderá ver este sábado a sua suspensão como sócio confirmada na Assembleia Geral.
Depois de morto (quase)…. Os herdeiros vão pagar e o criminoso não vai sofrer nada