A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afastou a ideia de um adiamento no pagamento que a Grécia deve fazer à instituição.
“É manifestamente uma via que não seria adequada na situação atual”, afirmou Lagarde em conferência de imprensa em Washington.
A dirigente do FMI respondia a questões sobre um alegado pedido da Grécia para conseguir um adiamento nos reembolsos que terá de fazer em breve aos credores.
Christine Lagarde sublinhou que os adiamentos de reembolsos não são comuns na história do FMI “e nunca tiveram resultados muito produtivos”, tendo sido concedidos a países em desenvolvimento e não a economias avançadas.
“Nunca vimos uma economia desenvolvida pedir o adiamento de pagamentos“, sublinhou, lembrando que isso leva a novos financiamentos e que estes “significariam contribuições adicionais da comunidade internacional”, com alguns membros desta “numa situação bem mais difícil do que os que pedem o adiamento”.
Segundo Lagarde, o FMI lembrou essa situação durante os contactos com o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, que se encontra em Washington para participar nas reuniões do FMI e do Banco Mundial.
Segundo o jornal Financial Times, os responsáveis gregos pediram informalmente que os prazos para o reembolso fossem atrasados, mas foram aconselhados a não formalizar o pedido.
Atenas tem de pagar no total mil milhões de euros aos credores a partir de 6 de maio e perto de 9 mil milhões de euros em julho e agosto.
O pagamento de 7,2 mil milhões de euros do empréstimo internacional concedido a Atenas está pendente de um acordo com o governo grego sobre o programa de reformas a aplicar no país. Esse acordo deveria ocorrer até à reunião de ministros das Finanças da zona euro que decorre em Riga, Letónia, a 24 de abril.
Hoje, a Comissão Europeia endureceu o tom e afirmou que não está satisfeita com os progressos feitos nas negociações com a Grécia.
“Não estamos satisfeitos com os progressos feitos até agora. Temos de intensificar os trabalhos antes do próximo Eurogrupo”, disse Margaritis Schinas, na conferência de imprensa habitual do executivo comunitário, em Bruxelas.
/Lusa