Revelação de um estudo, o primeiro a demonstrar como estar contra impostos pode influenciar o comportamento dos consumidores.
Os consumidores que se opõem a determinados impostos têm maior probabilidade de reduzir o consumo dos bens taxados, em comparação com os consumidores que apoiam o imposto.
A conclusão surge num estudo que se centrou no imposto sobre refrigerantes de 2010 no estado de Washington, nos EUA. E é o primeiro estudo a demonstrar como estar contra impostos pode influenciar o comportamento dos consumidores.
O imposto sobre refrigerantes, criado com o objetivo de reduzir o défice orçamental do estado, esteve em vigor durante apenas cinco meses antes de ser revogado pelos eleitores.
Os investigadores analisaram dados de votação a nível de freguesia e dados de vendas em loja da NielsenIQ para acompanhar as vendas de refrigerantes antes, durante e após a implementação do imposto.
Os resultados mostraram uma redução 53% maior nas vendas de refrigerantes em lojas frequentadas por pessoas que estavam contra o imposto, em comparação com as lojas frequentadas por apoiantes.
Importa destacar que o aumento de preços devido ao imposto foi uniforme em todas as lojas, indicando que a redução no consumo se deveu a uma oposição comportamental, e não apenas à sensibilidade ao preço.
Esta resposta “rebelde” evidencia a complexidade do uso de impostos sobre o consumo como instrumentos de política, cita o comunicado.
“Quando a oposição é forte, podemos muito bem descobrir que um imposto sobre o consumo irá arrecadar muito menos impostos do que o esperado”, diz Andrew Ching, coautor do estudo.
Os responsáveis pela formulação de políticas podem precisar de considerar a opinião pública ao criar políticas fiscais, utilizando sondagens e experiências para prever reações.
O estudo traça também paralelos com as tarifas propostas durante a administração Trump, sugerindo que opositores dessas políticas poderiam reduzir o consumo para evitar contribuir para as receitas do governo.
Isto pode, de forma não intencional, provocar mudanças económicas maiores, como a redução das importações ou o aumento da produção doméstica.