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A China quer fazer crescer a economia. O segredo está em micro-ondas e panelas de arroz

Luong Thai Linh / EPA

O presidente da China, Xi Jinping

Trocar eletrodomésticos é uma forma de obter subsídios estatais na China. A segunda maior economia do mundo vai ter de recuperar o “espírito animal” para aumentar o seu baixo crescimento económico.

No dia 31 de dezembro, o presidente chinês, Xi Jinping, proferiu um discurso de fim de ano. Na sua intervenção, explica o The Conversation, sublinhou que a economia chinesa está a prosperar e explicou que o PIB total da China deverá em breve ultrapassar os 130 biliões de yuans (17.22 biliões de euros).

Isto equivale a um aumento de 4,9% do PIB ao longo dos últimos 12 meses. No entanto, estes números podem não ser assim tão animadores, naquela que é a segunda maior economia do mundo.

Embora uma taxa de crescimento de 4,9% seja impressionante em relação a outras economias desenvolvidas, é um resultado dececionante no contexto do crescimento económico chinês.

Na realidade, o crescimento económico da China continua a abrandar e o desemprego juvenil permanece elevado.

Nesse contexto, existe no país uma fórmula que tem já sido utilizada para aumentar o consumo interno no país, que tem decrescido.

Trata-se de uma lista de produtos que podem ser utilizados no seu programa de troca de bens de consumo, que vai oferecer subsídios para outros bens digitais.

A CNN explica agora que essa lista vai ser alargada: micro-ondas, purificadores de água, máquinas de lavar louça e panelas de arroz também vão entrar na lista, onde já constavam outros eletrodomésticos, anunciou o Ministério das Finanças esta quarta feira.

O plano para recuperação económica foi anunciado em 2024 e, noticiava na altura o SCMP, o governo pretendia com a medida aumentar os investimentos em equipamento para a indústria pesada, construção, agricultura, transportes, educação e cuidados de saúde em pelo menos 25% em 2027, em comparação com 2023. Em Portugal, também já se imita o esquema.

O objetivo é estimular a compra por parte dos consumidores chineses e a eficiência energética: quem quiser trocar eletrodomésticos, terá um apoio do Estado para o fazer, caso entregue os antigos.

Quem quiser substituir também, por exemplo, telemóveis, computadores tablets e smart watches com valores de menos de 6.000 yuan (cerca de 800 euros) poderá receber subsídios de 15% do Estado para a compra de novos eletrodomésticos.

Em 2008, durante uma crise, a China adotou um método semelhante, que só em pouco aumentou o consumo (o aumento do PIB foi cerca de 0,33% em 2010).

De acordo com o analista Gary Ng, da Natixis Corporate and Investment Bankin, esta medida pode ter alguns frutos, mas só se as famílias chinesas recuperarem o seu “espírito animal”, uma vez que o incentivo tanto às famílias como ao setor privado pode não ser suficientemente forte.

Carolina Bastos Pereira, ZAP //

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