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CEO da Galp admite caso com diretora e demite-se por “motivos familiares”

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Filipe Silva, CEO da Galp

“Meteu o pé na argola”. Filipe Silva terá confirmado ao Comité de Ética a sua relação com uma subordinada que lhe reportava. Saída é imediata e novo CEO será anunciado “dentro de dias”. Efeito negativo já se nota na bolsa de Lisboa.

O presidente executivo e vice-presidente do Conselho da Administração da Galp, Filipe Silva, apresentou a demissão por motivos familiares, informou a petrolífera esta terça-feira.

A demissão surge dias depois de ser conhecida uma investigação interna a uma denúncia anónima sobre uma relação amorosa do CEO com uma diretora superior da empresa, que pode configurar conflito de interesse.

Há dois anos no cargo, Filipe Silva terá confirmado ao Comité de Ética a sua ligação a uma subordinada que lhe reportava diretamente, avança o Jornal Negócios, após uma reunião de urgência que teve lugar na segunda-feira.

O Código de Conduta da Galp explicita que “um conflito de interesses surge quando os nossos interesses pessoais, sejam eles financeiros, profissionais, familiares, políticos ou outros, ou os interesses de alguém com quem temos relacionamento próximo, influenciam ou podem ser percecionados como influenciadores do exercício objetivo dos nossos deveres e responsabilidades profissionais”.

No Código de Conduta da petrolífera não há nenhuma referência explícita a situações de relacionamentos próximos e pessoais, nem se estes devem ser comunicados.

Especialistas em direito laboral também afastaram a existência de motivo para despedimento por justa causa, afirmando que não há fundamento jurídico para um despedimento baseado apenas na existência de uma relação amorosa entre colaboradores.

Um eventual despedimento, neste caso, “cheira a operação de homicídio de carácter destinada a correr com uma pessoa e a abrir caminho para eventuais interessados no cargo”, acredita o advogado António Garcia Pereira, que destaca que os trabalhadores mantêm o direito à sua vida privada.

Filipe Silva deverá  agora assumir funções na empresa fundada pelo pai, a Trivalor, segundo o Negócios. Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa informa que a renúncia tem efeitos imediatos e nos próximos dias irá anunciar a nova liderança executiva.

“Gostaria de salientar o contributo que Filipe deu à Companhia ao longo dos últimos 12 anos, período em que a sua dedicação foi importante para o crescimento da Galp. A Comissão Executiva da Galp continua nas mãos de uma equipa altamente qualificada, que garantirá a execução e implementação da estratégia da empresa,” destacou Paula Amorim, Chairman do Conselho de Administração da Galp.

Paula Amorim, filha do também empresário Américo Amorim, escusou-se desde cedo a confirmar se o CEO tinha “comunicado alguma relação próxima e pessoal com uma diretora, ou se esse relacionamento tinha posto em causa a integridade das decisões da comissão executiva”.

A Galp já desceu 1,36% para quase 16 euros na bolsa de Lisboa após a demissão.

Meteu o pé na argola, devia ter comunicado este facto relevante. Falhou no reporte. Como CEO, devia estar muito mais educado nesta matéria. Este tema não é meramente da esfera privada, tem implicações para a empresa e pode criar roturas nas equipas de topo, levar a divisões internas, perda de autoridade pelo CEO, rumores”, disse ao Jornal Económico Filipe Morais, professor de Governance na Henley Business School (UK) e responsável na Amrop, consultora especializada no recrutamento de executivos.

ZAP // Lusa

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4 Comments

  1. A limpeza “etnica” continua, servem-se de todo e qualquer “argumento” para arrasar. O fantasma PSD deve estar por detrás, só pode ser, é tipico dessa gente, nao olha a meios e prejuizos para atingirem os fins.

      • Olha , um Boi Turra PSD a mandar Patada e Chifrada.
        Mas, estas a dar nas Tabuas.
        Os PSD sáo um bandoi de filhus da pueta escondidos em retoricas e aparencias.
        Escreve ao Montinhonegro e lembra as promessas que levou a PM, mormente elevasr as reformas mais baixas ao nivel do salario mino, mas foi mais importante anular o corte de 5% dos Polticos do tempo da troika. Voces querem é PALIO e CONVERSAR.

  2. Ou é funcionário empenhado ou anda a namoriscar na empresa. Rua com este trauliteiro. No norte não se brinca! Fantasias só de Rio Maior para baixo.

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