Os fundos de coesão, que passam por Portugal, passarão a ser “desviados”, se mais países se juntarem à União Europeia.
Albânia, Bósnia-Herzegovina, Geórgia, Macedónia do Norte, Moldova, Montenegro, Sérvia, Turquia e Ucrânia.
Estes nove países formam a lista de candidatos à adesão à União Europeia (UE). Uns começaram a tentar há pouco tempo (Geórgia, no ano passado), outros há 37 anos (Turquia).
Se estes países entrarem mesmo, o orçamento da UE vai alterar-se, como é lógico. E Portugal será um dos países afectados.
O orçamento da União, que é de 1 111 mil milhões de euros, passaria a ser de 1 356 mil milhões de euros.
O grupo de reflexão Bruegel elaborou um estudo com um foco: o que aconteceria aos fundos de coesão após o alargamento.
Os fundos de coesão são o dinheiro que as regiões menos desenvolvidas da UE recebem, para se aproximarem das regiões mais ricas.
Portugal está nesse grupo, ao lado (claro) de Espanha, Itália e Grécia, além de países da Europa Oriental.
Com novos membros – e mais pobres – estes países passariam de menos desenvolvidos para “regiões de transição”. Ou seja, receberiam menos fundos de coesão, porque os novos membros é que ocupariam os postos de países menos desenvolvidos.
Itália e Espanha perderiam quase 9 mil milhões de euros; logo a seguir surge Portugal (-4 mil milhões de euros); depois, Hungria e Roménia (-2 mil milhões de euros cada).
Ao olhar para o mapa partilhado pelo Euronews, reparamos que Norte e Centro de Portugal continuariam como “regiões menos desenvolvidas” – mas o Sul não. O Sul de Portugal passaria a ser “região em transição”; teria menos dinheiro proveniente de fundos de coesão.
Mas a mesma análise apresenta outra perspectiva: uma UE com 36 países impulsionaria a economia dos actuais 27 – sobretudo nas exportações e no investimento directo estrangeiro.
“Os fluxos de investimento directo estrangeiro dos países da Europa Ocidental para os países da Europa Central e Oriental que aderiram à UE entre 2004 e 2013 revelaram-se lucrativos e esta tendência deverá manter-se com os nove novos membros”, explica a Bruegel.
E outra provável vantagem: mais mão-de-obra, proveniente desses novos países (e numa altura que falta mão-de-obra em diversos países europeus).