/

CEO da Intel forçado a sair após mandato desastroso

Web Summit/Flickr

Pat Gelsinger

Pat Gelsinger demite-se numa altura de muitas dificuldades no seio da empresa. Terá sido pressionado a sair devido à lenta progressão da mudança para o fabrico dos chips de computador mais rápidos e mais pequenos do mercado.

Após um turbulento mandato, marcado por oportunidades perdidas, valor de mercado em declínio e por um aumento da concorrência, O CEO da Intel, Pat Gelsinger, renunciou agora ao cargo que assumiu há pouco mais de três anos, em fevereiro de 2021, após o conselho de administração ter perdido a confiança no plano de recuperação, avança a Reuters.

Os diretores consideraram que o plano dispendioso e ambicioso de Gelsinger para transformar a Intel não estava a funcionar e que o progresso da mudança não era suficientemente rápido, de acordo com uma fonte da agência familiarizada com o assunto.

Durante o mandato de Gelsinger, que assim se reforma, o valor das ações da Intel caiu 61%, — um reflexo das batalhas da empresa para se adaptar às principais mudanças tecnológicas, incluindo a revolução da Inteligência Artificial (IA).

Apesar dos milhares de milhões em investimentos do governo dos EUA com o objetivo de reforçar a fabricação doméstica de chips, a Intel ficou atrás de rivais como a Nvidia, cujo valor de mercado disparou graças a investimentos estratégicos em chips focados em IA.

A Intel já tinha anunciado grandes demissões no início deste ano, com um corte de 15% de sua força de trabalho como parte de um plano de redução de custos de 10  mil milhões de dólares, uma “mudança operacional fundamental”, disse Gelsinger na altura. Apesar destas medidas, a trajetória da empresa continuou a não agradar.

Os desafios da Intel vão para além das mudanças de liderança. A empresa enfrenta uma pressão crescente para transformar o seu modelo de negócio. Fabricar processadores para concorrentes como a Apple é uma das pressões, uma medida que a coloca em concorrência direta com a líder do sector, a TSMC.

A demissão de Gelsinger entrou em vigor a 1 de dezembro, com os co-CEO interinos David Zinsner, Diretor Financeiro da Intel, e Michelle Johnston Holthaus, Diretora-Geral do Client Computing Group, a assumirem o cargo enquanto a empresa procura um sucessor permanente. Holthaus também irá liderar uma divisão recém-criada focada no centro de dados e no desenvolvimento de produtos de IA.

“Embora tenhamos feito progressos significativos na recuperação da competitividade do fabrico e na construção das capacidades para sermos uma fundição de classe mundial, sabemos que temos muito mais trabalho a fazer na empresa e estamos empenhados em restaurar a confiança dos investidores”, afirmou em comunicado Frank Yeary, presidente do conselho de administração da Intel.

“Com a liderança de Dave e MJ, continuaremos a agir com urgência em relação às nossas prioridades: simplificar e reforçar a nossa carteira de produtos e fazer avançar as nossas capacidades de fabrico e de fundição, optimizando simultaneamente as nossas despesas operacionais e de capital. Estamos a trabalhar para criar uma Intel mais enxuta, mais simples e mais ágil“, sublinhou Yeary.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.