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Corantes, intensificadores e aditivos. Afinal, vegetarianos são quem mais come ultra-processados

Quem não come carne acaba por consumir mais alimentos com aditivos, utilizados para tornar os produtos “hiper-palatáveis”, mas que são prejudiciais à saúde.

Um novo estudo, realizado no Reino Unido, revelou um consumo de UPF [alimentos ultra-processados] maior nas dietas vegetarianas e menor nas dietas com uma quantidade modesta de carne ou peixe.

Estes dados resultam de uma investigação cujos resultados vão ser publicados na edição de dezembro da eClinicalMedicine.

Ao mesmo tempo em que cada vez mais estudos denotam uma ligação clara entre um consumo elevado de carne vermelha e um maior risco de doenças cardíacas, cancro, diabetes e até morte prematura, outros sugerem que o problema do consumo de carne vermelha está fortemente associado à ingestão de produtos altamente transformados do que de carne de alta qualidade e não transformada.

Ainda que seja difícil definir o que são alimenta ultra-processados, existe um sistema de classificação amplamente usado, designado “NOVA“, que os define como “formulações industriais feitas total ou maioritariamente a partir de substâncias extraídas de alimentos (óleos, gorduras, açúcar, amido e proteínas)”.

Mas a definição não se fica por aqui: essas substâncias são “derivadas de constituintes alimentares (gorduras hidrogenadas e amido modificado) ou sintetizadas em laboratório a partir de substratos alimentares ou outras fontes orgânicas (intensificadores de sabor, corantes e vários aditivos alimentares utilizados para tornar o produto hiper-palatável)”, como cita a IFL Science.

O estudo envolveu 2 mil pessoas,  e os investigadores verificaram que os vegetarianos são quem consome mais alimentos ultra-processados (cerca de 1,3 pontos percentuais) em comparação com os consumidores regulares de carne vermelha.

Também os vegan consumiam um pouco mais de alimentos ultra-processados em comparação com os consumidores regulares de carne vermelha, embora a disparidade não fosse significativamente diferente (1,2 pontos percentuais).

De acordo com o estudo, muitas pessoas que seguem dietas à base de plantas no mundo industrializado não comem apenas uma variedade equilibrada de legumes e frutas frescas.

Ao tentar evitar a carne, os consumidores, embora com uma intenção de serem mais sustentáveis ou té mesmo saudáveis, podem acabar por optar por substitutos de carne nocivos à saúde: refeições prontas e outros “alimentos de conveniência” que estão frequentemente carregados com mais calorias, gordura saturada, sal, açúcar e todo o tipo de aditivos, o que pode conduzir a uma dieta de baixa qualidade.

“É importante que as políticas que incentivam a transição urgentemente necessária para padrões alimentares mais sustentáveis também promovam o reequilíbrio das dietas no sentido de alimentos processados o mínimo possível“, escreve-se no estudo.

ZAP //

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