Ao longo de um ano, quase 63 mil portugueses adultos foram diagnosticados. Saúde afetada, economias também. Vacina é a solução?
A Zona é um problema para muita gente, incluindo em Portugal: entre julho de 2023 e junho de 2024, praticamente 63 mil adultos portugueses tiveram um diagnóstico de infeção por herpes zoster (zona).
Os números foram apresentados na sexta-feira passada, num evento organizado pela Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF).
Como seria de esperar, a maioria (67%) destes doentes eram pessoas com mais de 50 anos.
A Zona é um problema de saúde e, para o tratar, também se transforma num problema económico.
O mesmo estudo estima que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) tem um custo médio em ambulatório de 114,60 euros. São quase 7,3 milhões de euros ano.
O custo médio de hospitalização de um caso de herpes zoster, como diagnóstico principal, foi de quase 3.000 euros – a duração foi de quase duas semanas, em média.
Um português foi internado com zona a cada dois dias; a despesa total associada a estas hospitalizações chegou aos 560.000 euros.
O absentismo laboral associado a herpes zoster tem um impacto económico total anual de 2,4 milhões de euros.
Com tudo isto, indica a APMGF em comunicado enviado ao ZAP, o impacto económico anual da Zona em Portugal é de 10,2 milhões de euros.
Os médicos querem que a vacina contra a Zona seja incluída no plano nacional de vacinação.
O Presidente da APMGF, Nuno Jacinto, diz que há um “consenso alargado sobre a urgência de tomar uma decisão sobre a introdução desta vacina. É importante que a DGS e o Ministério da Saúde reforcem o investimento em prevenção da doença e promoção da saúde, para que possamos, enquanto países e pessoas, colher os frutos no presente e futuro”.
O primeiro apelo dos médicos sobre este assunto até foi feito há mais de um ano. Mas nada avançou sobre a vacina.