Pense na sua fortuna; agora pense na de Cristiano Ronaldo; agora pense na de Elon Musk. Já pensou? Então fique a saber que nenhuma delas (nem mesmo a sua) chega perto da maior fortuna que já existiu.
Contámos há dias a história do chinês Howqua, a pessoa mais rica do mundo na primeira metade do século XIX, que emprestava dinheiro a milionários americanos.
Mas quem foi o homem mais rico de sempre à face da Terra?
Mansa Musa – o rei que governou o Império do Mali no século XIV – ocupa o primeiro lugar absoluto no ranking das maiores fortunas da história.
“Imagine a quantidade máxima de ouro que um ser humano poderia ter e duplique-a”, disse o professor de história Rudolph Ware, da Universidade de Michigan, à revista Money.
Como explica a revista Super Interessante, Musa Keita I chegou ao poder em 1312. Quando assumiu o controlo do império, ganhou o título de “Mansa” (que significa rei).
Mansa Musa foi responsável pela expansão da riqueza do império, que se concentrava sobretudo no ouro e no sal – muito valorizados na época.
No seu auge, o império abrangia o território dos atuais Mali, Senegal, Gâmbia, Guiné, Níger, Nigéria, Chade e Mauritânia, na costa ocidental de África.
“Ouro infinito”
A fortuna de Manda Musa provém da quantidade de ouro existente naquela região, que é impossível de medir – um dos motivos pelos quais se diz que o rei maliano tinha “ouro infinito”.
“Um dos motivos”, porque não se trata de uma apenas expressão. Economistas e historiadores nunca chegaram a um consenso sobre a fortuna. Sabem apenas que, passava, “à vontade”, os triliões de dólares.
Em 2015, a revista Money criou uma lista das pessoas mais ricas de todos os tempos. Musa ficou – sem qualquer sobra de dúvidas – em primeiro lugar. A revista resumiu a fortuna do rei maliano como “maior do que alguma vez alguém vai conseguir descrever”.
Em 1324, Musa fez uma longa viagem até Meca, sem olhar a gastos. Durante esta viagem, Musa parou no Cairo, a capital do Egito, e decidiu fazer um simples ato de caridade: doar ouro.
No entanto, deixou lá tanto metal que mergulhou o país numa crise inflacionária. Foram necessários 12 anos para a economia local recuperar.
O imperador morreu em 1337, após 25 anos no poder, deixando para trás escolas, mesquitas, bibliotecas e museus. Como escreve a Super Interessante, a mesquita de Djinguereber, por exemplo, ainda hoje existe em Timbuktu, no Mali, e pode ser visitada.
A sua figura era tão marcante que, em 1375, foi ilustrada no Atlas Catalão, uma das principais referências do estudo do período medieval.