Depois de a recontagem dos votos das Eleições Regionais ter atribuído à CDU o 3º deputado no Parlamento da Madeira, retirando a maioria absoluta ao PSD, uma segunda recontagem voltou a dar a maioria a Miguel Albuquerque. Em causa um erro informático da CNE, que não tinha contabilizado os votos de Porto Santo.
O porta-voz da Comissão Nacional de Eleições, João Almeida, anunciou esta terça-feira que a segunda recontagem dos votos relativos às eleições regionais da Madeira confirmou que o PSD conseguiu a maioria absoluta.
Depois de no domingo os resultados provisórios terem atribuído 24 deputados ao PSD e confirmado a sua 11.ª maioria absoluta, esta terça-feira uma primeira recontagem retirou essa maioria absoluta, tendo chegado a ser afixado um edital em que os sociais-democratas perdiam um deputado em benefício da CDU.
Na sequência destes resultados, várias personalidades da oposição madeirense congratularam-se com o “momento histórico” em que o PSD, após 40 anos e 11 sufrágios, perdia a maioria absoluta.
O mandatário da CDU, Leonel Nunes, declarou que esta terça era “um dia inesquecível” e saudou os que “acreditaram no projecto da CDU, que aumentou de dois para três os deputados eleitos”.
O número dois da lista do CDS-PP, Ricardo Vieira, considerou que a perda da maioria absoluta por parte do PSD representava “um dia histórico na Madeira“, em que “pela primeira vez, e de uma vez que julgo definitiva, acaba a maioria absoluta de um só partido”.
Em comunicado, o Bloco de Esquerda reagiu à perda de maioria absoluta do PSD Madeira no Parlamento Regional, “regozijando-se pela notícia que dá conta da perda de maioria absoluta” do partido laranja.
Volte-face: faltava Porto Santo
Duas horas depois de ter afixado o edital que retirava a maioria absoluta ao PSD, a assembleia de apuramento das legislativas viria a anunciar ter detectado um erro informático, em função do qual não tinha sido considerada a votação do Porto Santo.
O delegado da Comissão Nacional de Eleições (CNE), João Almeida, considerou “um erro lamentável” o engano verificado no programa informático que ditou a perda da maioria absoluta ao PSD e a eleição de mais um deputado à CDU.
“É verdade, é um erro lamentável que se deve à estrutura particular da nomenclatura das unidades territoriais das regiões autónomas do conceito ilha que não existe no resto do território nacional, mas isso não quer dizer que não seja, na mesma, indesculpável”, reconheceu.
João Almeida explicou que “os resultados apurados, em termos de votos, estão certos, o programa devia ter operado sobre esse total e, em vez disso, operou sobre o total da ilha da Madeira ignorando a ilha do Porto Santo”.
“Contabilizando os votos de Porto Santo, o resultado é diferente e o PSD mantém a maioria absoluta“, afirmou João Almeida, em declarações aos jornalistas, na residência oficial do Representante da República, onde decorreram as recontagens.
O PSD elegeu assim os 24 deputados que lhe garantem a maioria absoluta na Assembleia Legislativa da Madeira.
O mandatário da candidatura da CDU (PCP/PEV) na Madeira declarou entretanto que a força política “não vai aceitar de braços cruzados” a decisão do presidente da assembleia de apuramento eleitoral.
ZAP / Lusa
“…estrutura particular da nomenclatura das unidades territoriais das regiões autónomas do conceito ilha que não existe no resto do território nacional”
A informática é dos diabos! Ou será dos do ‘input’? Ou será o que convém?
Parece que na Madeira têm todos de voltar ao primeiro ciclo!
Mentira de 1 de Abril?