Há já, pelo menos, duas manifestações marcadas para esta fim-de-semana, na sequência da morte de Odair Moniz. Vida Justa e Chega vão marchar no mesmo dia, à mesma hora e em locais comuns, mas por motivos diferentes.
Os tumultos em Lisboa continuam, noite após noite, desde a morte de Odair Moniz às mãos da polícia, na madrugada desta segunda-feira.
O fim-de-semana poderá fazer escalar a tensão, com várias manifestações na capital.
De acordo com o Diário de Notícias (DN), já há duas manifestações oficiais comunicadas às autoridades e também à Câmara Municipal de Lisboa.
Uma das manifestações é do coletivo Vida Justa, que – juntamente com associações de moradores do Bairro do Zambujal e outros movimentos, – anunciou a realização de uma “marcha pacífica” em memória de Odair Moniz.
A marcha da Vida Justa está marcada para sábado às 15h, e terá início no Marquês de Pombal e fim junto à Assembleia da República.
A manifestação «Sem Justiça não há paz» é este sábado, 26 de Outubro, às 15 horas no Marquês de Pombal. Uma marcha pacífica que vai exigir justiça para Odair Moniz. pic.twitter.com/pXb2bEYXQZ
— Vida Justa (@VidajustaPt) October 24, 2024
A outra manifestação já oficializada é promovida pelo partido Chega e será de “apoio à polícia”, no mesmo dia, à mesma hora, e a terminar no mesmo local.
A Polícia está a sofrer um ataque sem precedentes e nós temos de os defender!
No próximo sábado, dia 26 de outubro, contamos com a presença de todos para uma grande manifestação de apoio aos nossos heróis! #SalvarPortugal pic.twitter.com/RWePjkj9vc— André Ventura (@AndreCVentura) October 25, 2024
Durante a tarde, o Chega anunciou que também vai fazer uma manifestação, esta “de apoio à polícia”, cujo percurso, aparentemente não se cruzará com a outra… apesar de o último local final também ser a Assembleia da República. Isto, diz Nuno Ramos de Almeida, é “meio estranho”.
“A nossa manifestação é pacífica e em defesa de justiça”, disse, ao DN, Nuno Ramos de Almeida da Vida Justa. “O Chega está a tentar arranjar confusão, para a eventualidade de haver problemas também haver uma justificação para a repressão policial” acrescentou.
A juntar a estas manifestações e aos tumultos nos bairros, há ainda outros protestos “não oficiais” que poderão vir a acontecer no fim-de-semana.
A forma e tom como os protestos têm sido difundidos nas redes sociais têm, segundo o DN, preocupado as autoridades. “No fim-de-semana vamos todos para a Avenida da Liberdade vandalizar aquilo tudo“, pode ler-se numa publicação identificada pelo matutino.
Reforço policial na capital e arredores
Um autocarro da Carris foi apedrejado, na noite desta quinta-feira no Bairro da Boavista, na freguesia de Benfica, mas apenas sofreu danos materiais, avançou à Lusa fonte oficial da PSP, que reforçou o dispositivo policial em Lisboa e na área metropolitana.
Do incidente não resultaram feridos, disse à Lusa o porta-voz da PSP, o subintendente Sérgio Soares, acrescentando que na Amadora foi montado um reforço operacional no bairro do Zambujal.
Além do Bairro da Cova da Moura, a PSP reforçou o patrulhamento nos bairros de Santa Filomena e Casal da Mira, onde na quarta-feira arderam vários caixotes do lixo, e no centro de Lisboa também foi mobilizado “um dispositivo mais musculado”, com o Corpo de Intervenção, para o Marquês de Pombal, Avenida da Liberdade, Praça dos Restauradores e Rossio, devido a possíveis desordens.
“Temos um reforço de policiamento na Área Metropolitana de Lisboa [AML], nos vários concelhos, desde Lisboa, Oeiras, Cascais Odivelas, Sintra, Amadora e Loures, e na margem sul, em Almada, Barreiro, Seixal e Setúbal”, explicou o porta-voz da PSP.
De acordo com a página na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), registaram-se incêndios em ecopontos e contentores de resíduos em Odivelas, Sintra (União das Freguesias de Sintra e Algueirão-Mem Martins) e em Torres Vedras (São Pedro e Santiago, S. Maria e S. Miguel e Matacães).
Desde a noite de segunda-feira registaram-se desacatos no Zambujal e, desde terça-feira, noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados autocarros, automóveis e caixotes do lixo.
Mais de uma dezena de pessoas foi detida, o motorista de um autocarro sofreu queimaduras graves e dois polícias receberam tratamento hospitalar, havendo ainda alguns cidadãos feridos sem gravidade.
ZAP // Lusa
As duas deveriam ser proibidas ! . Autorizar tal acontecimento , é lançar mais combustível para a fogueira da desordem . Se se querem matar uns aos outros , que o façam dentro da praça de Touros , sem incomodar 0o Cidadão comum , o Pan não terá razão de protesto para a defesa desta “Bicharada” !