Montenegro “ressuscita” Beleza, mantém Albuquerque e pede aplauso à inédita “paridade total” no PSD

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Hugo Delgado / Lusa

A antiga ministra Leonor Beleza será a primeira vice-presidente do PSD, numa direção inédita de “paridade total”. Montenegro “limpou” o Governo da direção do partido e manteve Albuquerque como presidente da Mesa do Congresso.

Luís Montenegro apresentou, este sábado, uma lista totalmente paritária à Comissão Política Nacional (CPN) do PSD: “com três vices-presidentes que são mulheres e três vices-presidentes que são homens”.

O presidente do PSD manteve apenas Inês Palma Ramalho como vice-presidente.

Com alguma surpresa, o líder social-democrata trouxe de novo à vida política a antiga ministra da Saúde de Cavaco Silva Leonor Beleza – proposta para primeira vice-presidente.

A terceira vice apresentada foi Lucinda Dâmaso, presidente da UGT (União Geral de Trabalhadores).

Três mulheres para três homens: a lista de seis vices fica completa com o antigo eurodeputado Carlos Coelho, pelo ex-líder da JSD Alexandre Poço, e pelo o antigo líder da distrital de Leiria Rui Rocha.

“Conseguimos pela primeira vez na história do Partido Social Democrata uma comissão política nacional totalmente paritária, constituída por três vices-presidentes que são mulheres e três vices-presidentes que são homens; por cinco vogais que são mulheres e por cinco vogais que são homens”, enalteceu Montenegro, debaixo de aplausos.

Sem Governo na direção

Como já se previa, do núcleo duro da direção saem todos os ministros: Paulo Rangel, Miguel Pinto Luz, Margarida Balseiro Lopes e António Leitão Amaro, que passam a vogais da CPN, onde também passam a ter assento os ministros Joaquim Miranda Sarmento e Pedro Reis.

“Como se percebe, é a minha decisão não ter membros do Governo na Comissão Permanente. Creio que não há vantagem em duplicar o núcleo político do Governo no núcleo político do partido”, justificou.

“O Governo não se deve confundir com o partido e o partido não se deve confundir com o Governo”, pode ler-se na página 4 da moção de estratégia global de Montenegro apresentada e aprovada este sábado.

Hugo Soares mantém-se como secretário-geral do PSD, Carlos Moedas como “número um” da lista da direção ao Conselho Nacional (órgão a que concorrem outras três listas) e a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, encabeça a lista de Montenegro ao Conselho Nacional de Jurisdição (ao chamado tribunal do partido há uma lista alternativa).

Albuquerque reconduzido

Miguel Albuquerque (arguido num processo que envolve suspeitas de corrupção), afinal, sempre foi reconduzido como presidente da Mesa do Congresso.

O líder do PSD-Açores, José Manuel Bolieiro, foi, por seu turno, reconduzido como “vice” da Mesa, num dia em que ambos os líderes das regiões autónomas (Madeira e Açores, respetivamente) manifestaram divergências quanto à atual versão do Orçamento do Governo, exigindo mudanças na especialidade.

O primeiro dia de trabalhos ficou marcado pela primeira intervenção de Luís Montenegro, centrada na demarcação face aos executivos socialistas, e em que não abordou as negociações para o Orçamento do Estado para 2025.

A moção de estratégia global de Luís Montenegro foi aprovada por unanimidade e todas as 12 propostas temáticas foram também aprovadas na reta final do primeiro dia de trabalhos.

No Fórum Braga, discursaram no sábado vários ministros do XXIV Governo Constitucional e marcaram presença os antigos presidentes do PSD Luís Marques Mendes e Pedro Santana Lopes, num dia em que Montenegro anunciou que Sebastião Bugalho, que encabeçou a lista da AD às últimas europeias como independente, se tornou militante social-democrata.

Beleza foi surpresa

A antiga ministra Leonor Beleza aceitou o convite de Montenegro para ser a primeira vice-presidente do PSD, prometendo ajudar o partido nas “tarefas muito importantes” que tem pela frente.

Em declarações aos jornalistas à chegada ao 42.º Congresso Nacional do PSD, em Braga, Leonor Beleza, proposta por Luís Montenegro para ser a primeira vice-presidente do partido, admitiu que não foi difícil convencê-la a aceitar o convite, salientando o respeito que tem ao primeiro-ministro pelo “trabalho que ele está a fazer no Governo”.

“Acho que, quando se nos pede que participemos de alguma maneira, aqueles que somos militantes, devemos fazer isso”, afirmou, elogiando ainda “o desenho” que Luís Montenegro encontrou ao “colocar a Comissão Permanente com pessoas que não são membros do Governo”.

“Esta separação que ele quer fazer parece-me acertada, parece-me positiva e, depois, também gosto muito da paridade que ele propôs”, salientou.

Questionada sobre que contributo espera dar à nova direção do partido e como gostaria que fosse a sua intervenção, Leonor Beleza, que tinha já sido vice-presidente do partido durante a liderança de Marcelo Rebelo de Sousa, considerou que “ainda é muito cedo para essa conversa”.

“Mas vêm aí tarefas muito importantes na vida do partido, como toda a gente sabe, e eu vou tentar, na medida daquilo que sou capaz, ajudar”, disse, salientando que se estava a referir às próximas eleições que estão agendadas, como as autárquicas.

Leonor Beleza disse esperar que “o Governo tenha condições para continuar a governar até ao fim da legislatura”.

Questionada se já tinha arrumado a política na gaveta, a antiga ministra da Saúde de Cavaco Silva respondeu: “Eu sou militante do partido e, enquanto tiver capacidade, se for preciso, em circunstâncias como esta, não arrumo as coisas”.

“Sou militante do PSD e, nas circunstâncias em que perceba que posso ser útil ao partido e que ainda tenho capacidade para isso, estou disponível”, disse.

ZAP //

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1 Comment

  1. Tá tudo esclarecido quanto às qualidades do farsante, quando nomeia gente com Processos em Tribunal, é gente que como diz o Altissimo “não só não tªem vergonha, como ainda se glorificante na sua vergonha”.

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