O eurodeputado Sebastião Bugalho e a deputada Ana Gabriela Cabilhas, até agora independentes, tornaram-se militantes do PSD. Foi com este anúncio que Luís Montenegro abriu o 42.º Congresso do PSD que está a decorrer em Braga.
Montenegro fez questão de sublinhar que foi ele quem propôs a adesão de Sebastião Bugalho e de Ana Gabriela Cabilhas ao partido social-democrata.
De resto, Bugalho foi a grande estrela na abertura do Congresso do PSD, parecendo surgir em todo o lado – ou estando sempre a ser procurado pelas câmaras de televisão presentes no evento.
O novo militante do PSD foi cabeça de lista da Aliança Democrática enquanto independente nas eleições legislativas de 2019, tendo sido eleito eurodeputado. Já tinha também ocupado esse lugar nas listas do CDS-PP.
“Sinto que sou parte desta família”, destacou à entrada pra o Congresso.
Montenegro distribuiu recados ao PS
No discurso de abertura no Congresso do PSD, Montenegro considerou que o seu Governo está a fazer a diferença face aos executivos socialistas com medidas para a administração pública, a classe média e os cidadãos mais pobres.
O primeiro-ministro fez questão de traçar uma linha de demarcação em relação aos anteriores Governos de António Costa.
Para isso, sublinhou que o seu Governo, ao contrário dos anteriores, resolveu questões que se arrastavam e que atingiam sectores profissionais como o dos professores, oficiais de justiça, médicos ou enfermeiros, entre outros.
O presidente do PSD destacou ainda que o seu executivo começou a combater o peso da carga fiscal junto da classe média, e que está a modernizar os serviços públicos e a valorizar salários e carreiras, além de adoptar medidas de justiça social para os cidadãos mais vulneráveis e de lançar um programa de emergência para a saúde.
“Diz-se que fizemos o mais fácil, mas se fosse assim tão fácil porque não estava feito? Não somos iguais ao PS. Somos diferentes e estamos a fazer a diferença”, destacou.
“Não somos descendentes de bancarrotas”
Enumerando o que foi feito pelo seu Governo durante os últimos meses, Montenegro continuou a lançar farpas aos socialistas.
“Não somos descendentes de pântanos, bancarrotas ou empobrecimento“, atirou.
“Somos descendentes do sentido de Estado de Francisco Pinto Balsemão, do transformismo de Cavaco Silva, do patriotismo de Durão Barroso e Pedro Santana Lopes, da coragem de Passos Coelho e dos valores social-democratas de Francisco Sá Carneiro“, rematou.
Nesta linha, Montenegro prometeu que o seu Governo vai demonstrar “reformismo, moderação e cultura democrática”.
Os “powerpoints inconsequentes a que o país estava habituado”
No seu discurso em Braga, o presidente do PSD realçou várias medidas tomadas até agora, nomeadamente a decisão para o novo aeroporto, o plano ferroviário e o plano de descarbonização.
“São decisões que, antes de nós, muitos disseram que eram essenciais, mas nunca saíram do papel“, apontou, reafirmando a intenção de se distanciar dos Governos socialistas.
Montenegro falou ainda da nova política de imigração, realçando que resolveu 400 mil processos pendentes, que tem “mais regulação” e que está “direccionada para salvaguardar a dignidade”.
É uma política de portas abertas, mas não “escancaradas”, reforçou.
A seguir, o primeiro-ministro citou medidas como a Alta Velocidade ferroviária, o apoio aos afectados pelos incêndios, a diminuição das taxas de retenção do IRS e a criação da linha SNS grávida, entre outras.
“Não são powerpoints inconsequentes, como aqueles a que o país estava habituado, mas medidas concretas, que estão a ser executadas e outras em vias de execução”, atirou em mais uma farpa ao PS.
Montenegro recordou também as vitórias dos últimos dois anos, nomeadamente nas eleições regionais dos Açores e da Madeira, e nas eleições legislativas, apontando a um bom resultado também nas próximas autárquicas de 2025.
O presidente do PSD referiu que acredita que o partido vai “reconquistar a liderança” da Associação Nacional dos Municípios Portugueses e da Associação Nacional de Freguesias (ANAFRE).
Recado a Pedro Nuno para a discussão do OE
À chegada ao Congresso, Montenegro já tinha deixado um recado ao PS, depois de Pedro Nuno Santos ter anunciado a viabilização do Orçamento do Estado para 2025.
“Não acredito que um partido com a história e a responsabilidade do PS anunciasse a viabilização de um Orçamento ao mesmo tempo que quisesse adulterá-lo ou descaracterizá-lo“, vincou.
“Nem sequer acho que seja edificante lançar sobre o secretário-geral do PS esse anátema de que ele vai ter uma escondida pretensão agora de aproveitar o trabalho na especialidade na Assembleia da República para contrariar o que disse que faria em nome do PS”, acrescentou Montenegro.
O primeiro-ministro reforçou que acredita “na palavra dos principais responsáveis políticos, aqueles que ainda por cima têm responsabilidades acrescidas”.
ZAP // Lusa
Mediocridade e parolos.
«…Em poucas décadas estaremos reduzidos à indigência, ou seja, à caridade de outras nações, pelo que é ridículo continuar a falar de independência nacional. Para uma nação que estava a caminho de se transformar numa Suíça, o golpe de Estado foi o princípio do fim. Resta o Sol, o Turismo e o servilismo de bandeja, a pobreza crónica e a emigração em massa.
Veremos alçados ao Poder analfabetos, meninos mimados, escroques de toda a espécie, que conhecemos de longa data. A maioria não servia para criados de quarto e chegam a presidentes de câmara, deputados, administradores, ministros e até presidentes de República…» – Marcello Caetano
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