“Está feito”: Marcelo pode pedir a reforma

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Rodrigo Antunes / LUSA

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

Mais do que o Orçamento: presidente da República vai (em princípio) chegar ao fim do mandato com um Governo de direita a comandar o país.

Marcelo Rebelo de Sousa mostrou publicamente – mais do que uma vez – que queria que o Orçamento do Estado para 2025 fosse aprovado.

Mais do que querer: começou a fazer pressão para isso. O presidente da República admitiu que estava a condicionar as negociações à volta do documento.

“O que tenho feito é, de facto, influência, não nego. Quando dizem ‘Mas ele está a fazer influência?’ Sim, estou a fazer influência. ‘Está a fazer pressão?’ Sim, estou a fazer pressão”, disse Marcelo, no fim de Setembro.

Mas, nas últimas semanas, calou-se. Deixou de opinar sobre este assunto, cancelando até o segundo Conselho de Estado sobre o Orçamento.

Ainda ontem, quinta-feira, o chefe de Estado voltou a desviar-se quando foi questionado sobre o documento.

O comentador Miguel Pinheiro acha que Marcelo mostrou uma “grande disciplina”: disse que não ia falar mais publicamente – e cumpriu a partir daquele momento, “eclipsou-se”. Mostrou que “sabe ser discreto”.

Na noite passada, o presidente da República conseguiu o que queria: o Orçamento do Estado vai ser aprovado, em princípio – o PS deve abster-se, anunciou Pedro Nuno Santos.

“A pior coisa para Marcelo seria ser forçado a novas eleições, mandar outra vez um Governo abaixo”, avisou Miguel. E a viabilização por parte do PS é melhor do que viabilização do Chega, considerou Miguel, na rádio Observador.

Além disso, o presidente da República atinge o final do mandato com o PSD no Governo. “Não é que ele tenha propriamente feito muito para que isso acontecesse: Marcelo Rebelo de Sousa foi o melhor amigo de António Costa, estiveram ali juntos para o que desse e viesse, permanentemente. A direita política fará um balanço muito negativo da presidência de Marcelo muito por causa disso”.

Mas, mesmo sem esforço (e se não houver nova reviravolta na política em Portugal), chegará às eleições presidenciais de 2026 com um Governo de direita e sem ter o PSD totalmente “desagradado”.

“As coisas acabam por terminar como ele gostaria. Já pode meter os papéis para a reforma, porque está feito“, completou Miguel Pinheiro.

ZAP //

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3 Comments

  1. quanto ás gemeas este trecho tambem se deve aplicar???
    “O que tenho feito é, de facto, influência, não nego. Quando dizem ‘Mas ele está a fazer influência?’ Sim, estou a fazer influência. ‘Está a fazer pressão?’ Sim, estou a fazer pressão”,”

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