Quatro azeites portugueses foram distinguidos no concurso Mário Solinas, promovido pelo Conselho Oleícola Internacional, no qual participaram 111 marcas de Portugal, Espanha, Grécia, Israel, Itália, Marrocos e Tunísia.
O concurso distingue os melhores azeites extra-virgem em quatro categorias (frutados verdes intensos, médios e ligeiros e frutados maduros), segundo critérios organolépticos e de acordo com a harmonia, complexidade e persistência do sabor.
Foram atribuídas medalhas de ouro ao azeite Gallo e ao azeite da Casa de Santo Amaro (Mirandela), nas categorias frutado maduro e frutado verde médio, respetivamente.
O azeite da Lameira de Cima (Ferreira do Alentejo) conquistou uma medalha de prata na categoria frutado verde médio, prémio que foi também atribuída à Quinta da Lagoalva de Cima (Alpiarça), na categoria frutado maduro.
O júri do Mário Solinas distinguiu ainda outros quatro azeites portugueses num total de nove finalistas: a Sovena, detentora da marca Oliveira da Serra, a Cooperativa de Olivicultores de Valpaços, a Casa Agrícola Roboredo Madeira (Almendra, Vila Nova de Foz Côa) e a Fio da Beira (Padrão, Castelo Branco).
Um reconhecimento que, segundo a secretária-geral da Casa do Azeite (Associação do Azeite de Portugal), Mariana Matos, não tem sido “episódico” e ajuda a promover a imagem do azeite português junto do grande público, que continua a associar a qualidade ao azeite italiano.
“Os italianos não precisam de se promover nem participar em concursos porque o azeite está vendido à partida. O nosso azeite começa agora a ser reconhecido – e temos mostrado que temos argumentos para isso – mas está ainda distante de ter essa perceção de qualidade junto do grande público, a nível mundial”, disse à Lusa a responsável da Casa do Azeite.
Portugal é atualmente o 7.º maior produtor mundial de azeite, tendo o Brasil e Angola entre os principais clientes, mas também Espanha e Itália, para onde envia produto “a granel, um preço muito interessante”.
A evolução qualitativa tem sido acompanhada por um acréscimo na produção que permitiu inverter o saldo da balança comercial nos últimos anos, passando de um défice de 121 milhões de euros em 2006 para 63 milhões de euros em 2013.
A queda de cerca de 20% da produção no ano passado fez subir os preços, mas Mariana Matos acredita que o impacto não será relevante em Portugal “porque não se cozinha sem azeite“.
Já em mercados mais recentes e com consumidores pouco fiéis, poderá haver alguma retração no consumo.
A secretária-geral da Casa do Azeite salientou, por outro lado, que o facto de este ano a entrega “do mais prestigiado prémio internacional” acontecer nos Estados Unidos vai ajudar ainda mais na projeção internacional do azeite português.
A Espanha, maior produtor mundial, foi também o país que apresentou mais azeites a concurso (64), seguindo-se Portugal (34).
A Tunísia participou com cinco azeites, a Grécia com quatro, Marrocos com dois e Itália e Israel com um.
/Lusa