“Expulsem imediatamente a Turquia da NATO”, exige Israel

Depois de o presidente turco ter admitido entrar em Israel para defender os palestinianos, Israel exige a “condenação da Turquia” e “a sua expulsão da aliança regional” por violar os seus princípios fundamentais.

O ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, pediu aos países membros da NATO que “expulsem imediatamente a Turquia”, depois de o Presidente daquele país, Recep Tayyip Erdogan, ter sugerido que invadiria Israel se tivesse mais armas.

Perante as “ameaças” e a “retórica perigosa” de Erdogan, Katz “deu instruções aos diplomatas do ministério dos Negócios Estrangeiros para dialogarem urgentemente com todos os membros da NATO, apelando à condenação da Turquia e exigindo a sua expulsão da aliança regional”, segundo um comunicado divulgado na segunda-feira à noite.

No domingo, Erdogan deu a entender que poderia invadir Israel para terminar o conflito palestiniano, se tiver ao seu dispor mais armamento.

“A Turquia tem de ser muito forte para que Israel não possa fazer estas coisas ridículas à Palestina”, disse o presidente turco.

Tal como entrámos em Karabakh e na Líbia, faremos o mesmo com eles“, rematou, em alusão ao apoio turco ao Azerbaijão durante a Segunda Guerra do Nagorno-Karabakh contra a Arménia, em 2020, e ao envio de tropas para a Líbia em apoio ao governo reconhecido pelas Nações Unidas, no mesmo ano.

Katz considerou que a Turquia violou os princípios fundamentais da Organização do Tratado do Atlântico Norte “ao ameaçar invadir um país ocidental democrático sem provocação”.

“Erdogan está a seguir os passos de Saddam Hussein [antigo presidente do Iraque] e a ameaçar atacar Israel. Ele que se lembre do que aconteceu lá e como acabou“, escreveu Katz, referindo que a Turquia alberga ‘o quartel-general’ do grupo islamita Hamas, que controla a Faixa de Gaza e está em guerra com os israelitas desde outubro.

“A Turquia tornou-se um membro do eixo do mal iraniano, juntamente com o Hamas, o Hezbollah [milícia xiita líbia] e os Huthis no Iémen”, defendeu.

Membro da NATO desde 1952, a Turquia não considera o Hamas uma organização terrorista e durante anos acolheu no exílio alguns dos seus dirigentes políticos.

A Turquia, aliado histórico de Israel e um dos seus principais parceiros comerciais no Médio Oriente, rompeu relações diplomáticas em outubro, na sequência do conflito de Gaza e pediu ao Conselho de Segurança da ONU que “controle Israel”. Em abril, impôs restrições à exportação para Israel.

ZAP // Lusa

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