A “guerra do terror” voltou à Ucrânia

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Sergey Dolzhenko/EPA

Hospital Pediátrico Okhmadyt destruído

Ataques em diversas cidades, um deles a um hospital pediátrico: “Tudo indica que estamos de regresso à guerra do terror”.

O Hospital Pediátrico Okhmatdyt, em Kiev, foi atacado nesta segunda-feira. Era um dos maiores hospitais da Europa.

Surgiram diversas imagens de pessoas sob escombros (onde ainda estarão), crianças que estavam em tratamento, algumas com cancro que tiveram de ser acompanhadas pelos equipamentos necessários.

A Rússia nega ter sido responsável pelo ataque ao hospital – que matou pelo menos duas pessoas, ambas adultas – alegando que foram fragmentos de um míssil ucraniano a atingir o espaço.

A capital Kiev não foi o único alvo. Dnipro, Kryvyi Rih, Sloviansk e Kramatorsk também foram cidades atacadas nesta segunda-feira, num dos dias mais mortíferos desde o início da guerra.

Pelo menos 36 pessoas morreram ao todo, consequência do disparo de mais de 40 mísseis.

Estes ataques a outra escala não terão sido ao acaso. Quer no momento (hoje, terça-feira, começa a cimeira da NATO), quer nos locais (Kiev é a capital e Kryvyi Rih é a cidade onde nasceu o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy).

O major-general Isidro de Morais Pereira analisa este dia como um “mostrar de poder” por parte da Rússia de Vladimir Putin.

Na CNN, alertou que saiu daqui uma mensagem muito clara: “Só não fazemos mais porque não queremos. Porque, no dia em que quisermos, voltamos aos ataques bárbaros”.

“Isto é uma afirmação de poder, é a Rússia a dizer fazemos o que queremos e quando quisermos”, reforçou.

Na ligação com a cimeira da NATO, que será nos EUA, o especialista sugere que a Rússia quis avisar: “Tenham cuidado com as decisões tomadas em Washington; estamos atentos porque também temos aliados”.

Estes ataques podem ter sido o início de uma mudança na estratégia russa: voltar a insistir nos ataques aéreos, onde a Ucrânia tem mais problemas na defesa.

“Há um aproveitar, por parte da Rússia, para trocar de rotina de ataque. Já não é a primeira vez que a Rússia faz isto e consegue atingir de forma mais fácil os alvos a que se destina”, continua o major-general.

Isidro de Morais Pereira lamenta: “É o regresso à barbárie. Tudo indica que estamos novamente de regresso à guerra do terror”.

Até compara com outra guerra actual: “Parece a Faixa de Gaza”.

ZAP //

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17 Comments

  1. Porque será que niniguém se parece questionar sobre a lógica da Rússia gastar misseis muito caros para atingir um alvo civil sem qualquer interesse militar? Deveria ser claro para toda a gente que muito provavelmente um missil ant-aéreo ucraniano, tendo falhado o alvo, caiu com a sua carga explosiva intacta numa zona residencial da cidade de Kiev. Mas é muito mais útil atirar as culpas e o odioso para cima da Rússia, por muito falsa que seja a culpa russa. Quanto ao major-general Isidro de Morais Pereira, não passa de um porta voz da propaganda ucraniana e não merece qualquer credibilidade.

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  2. A minha versão é partilhada pelo coronel Mendes Dias (CNN Portugal), que costuma fazer umas análises muito isentas do conflito na Ucrânia. Mas quem é que quer ser isento? O que é preciso é dar porrada na Rússia…

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  3. Nuno, Nuno !! A sua isenção é exemplar e seguindo o teu raciocino a Ucrânia tem aquilo que merece dado que atacou a Rússia roubou terrenos pertencentes a Rússia e é um perigo para a humanidade visto estar cheia de neo-nazis e bichos papões. Ou seja a Rússia está a fazer o bem pela humanidade..
    Pergunta: Quantos hospitais Russos a Ucrânia atacou??, Quantas crianças a Ucrânia matou ?? Quantas pessoas indefesas a Ucrânia matou ???, Quantas casas a Ucrânia destruiu ???
    A sua ideologia política ou afinidade pelo país não lhe deve toldar o seu discernimento e deveria perceber a diferença entre um invasor agressor de um invadido defensor.

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  4. Como se no Oeste alguma vez fossem dizer que o míssil é Ucraniano.
    Eu não digo que é Russo, nem que é Ucraniano. Eu não vou formar opinião com base num vídeo onde as opiniões se dividem.
    Joe, conhece os termos “Black Swan” e “False Flag”? Os EUA são peritos nessas jogadas, e sobretudo, a mentir. Sabe quantos países os EUA invadiram, ou de alguma forma tiveram interferência, sobre a falsa pretensa da democracia? Ficou indignado pelos milhares de inocentes que morreram nas mãos dos EUA? Quem deu direito aos EUA de invadir todos esses países? Porque é que se perdoa tudo aos EUA, mas quando são os outros é uma indignação do tamanho do mundo?
    Menos hipocrisia pf.

  5. @ Luís Pedro. Quantos países ditos invadidos pelos EUA pertencem aos EUA ?? Parece-me que estar um pouco confuso quanto as ideologias desses dois países. Quanto ao resto se entende que as ideologias Russas são o exemplo a seguir, só espero que nunca tenha de obedecer a elas.

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  6. O mundo que conhecíamos , onde um país, invadia, roubava, matava e saía quando os recursos acabavam, já era. Sim, estou a falar dos USA. O conhecimento tornou- se acessível a todos, os países em causa cansaram -se e abriram os olhos -BRICS. Os confrontos que existem nada mais é do que uma luta pelo poder por parte da NATO e seus aliados. Foram 40 anos..sei bem do que. falo…As ovelhas temem o lobo mas quem as comme é o pastor.

  7. @Nuno Cardoso Silva o Imperialismo muito diferente do capitalismo/ liberalismo dos EUA no entanto há quem goste dos países autocratas com ideologias da idade média.

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  8. A contribuição da Rússia para a paz no mundo nos últimos 300 anos dá que pensar:
    Anexação da Estónia e da Letónia, 1700-1721;
    Anexação da Crimeia, 1783;
    Supressão da Polónia, 1794-1795;
    Ocupação da Finlândia, 1808-1809;
    Guerra Caucasiana, 1817-1864;
    Anexação da Geórgia, Arménia e Azerbaijão, 1826-1828;
    Intervenção na Hungria, 1848-1849;
    Guerra da Crimeia, 1853-1856;
    Guerra Soviético-Ucraniana, 1917-1921;
    Guerra Russo-Lituana, 1918-1919;
    Guerra da Independência da Estónia, 1918-1920;
    Guerra da Independência da Letónia, 1918-1920;
    Guerra Polaco-Russa, 1919-1921;
    Anexação da Íngria Finlandesa,1919-1920;
    Invasão e Ocupação do Azerbaijão, 1920;
    Invasão e Ocupação da Arménia, 1920;
    Invasão e Ocupação da Geórgia, 1921;
    Invasão e Ocupação da Polónia, 1939-1941;
    Tentativa de Invasão da Finlândia, 1939-1940;
    Ocupação da Bessarábia e Bucovina do Norte, 1940-1941;
    Ocupação dos Países Bálticos, 1940-1941;
    Segunda Guerra Soviético-Finlandesa, 1941-1944;
    Ocupação da Roménia, 1944-1958;
    Divisão da Alemanha, 1949-1990;
    Intervenção na Hungria, 1956;
    Invasão da Checoslováquia, 1968;
    Invasão e Intervenção no Afeganistão, 1979-1989;
    Primeira Guerra da Tchetchénia, 1994-1996;
    Segunda Guerra da Tchetchénia, 1999-2009;
    Invasão da Geórgia e Ocupação da Ossétia do Sul e da Abecásia, 2008;
    Anexação da Crimeia, 2014;
    Intervenção em Donetsk e Lugansk (Ucrânia), 2014 e 2022;
    Invasão da Ucrânia, 2014 e 2022.
    Sem comentários!

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  9. Obrigado pelo resumo do Tolo, é incrível a barbárie!
    Os Russos são protagonistas de séculos crueldade e desordem, quando em termos de população global, 145 milhões são insignificantes, 1,8%.

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  10. Joe, o imperialismo não é uma ideologia, é uma prática. Bem conhecida na política externa dos Estados Unidos.

  11. Sim, os EUA só invadiam, matavam, roubavam, e vinham-se embora. O problema era se ficassem lá. Sobretudo, países que pouco ou nada estão relacionados historicamente com os EUA.
    O Irão foi invadido porque os EUA diziam que tinham armas de destruição maciça. Na verdade, o que Irão tinha era petróleo e toneladas de ouro. Ah, e tinham-se recusado a implementar um banco Federal sobre as mãos dos Rothschild.
    Invadiram o Afeganistão por causa da Al-Qaeda, quando a Al-Qaeda era uma “filial” da CIA para fazer frente à implantação Soviética no Afeganistão, mas que mais tarde “rebelou-se”. Os EUA vieram-se embora do Afeganistão e deixaram perto de 7,5 mil milhões de dólares em equipamento militar e munições.
    Eu não defendo a Rússia, mas também não defendo os EUA. Ambas as maneiras de agir estão erradas. Mas a um tapa-se os olhos, ao outro pega-se por tudo e por nada.

  12. Tolo, tiveste de recuar 300 anos para fazer uma lista de 33 episódios. Eu apresento-te uma lista só de 1946 (fim da 2ªGM) até à data, mas dos EUA, entre invasões militares, golpes de estado e operações clandestinas. São mais de 90 episódios em menos de 80 anos:
    Irão: 1946
    China: 1946-1949
    Grécia: 1947-1949
    Itália: 1948
    Costa Rica: 1948
    Filipinas: 1948-1954
    Albânia: 1949-1953
    Síria: 1949
    Coreia: 1950-1953
    China: 1950-1953
    Egito: 1952
    Guatemala: 1952
    Irão: 1952-1953
    Vietname: 1954
    Guatemala: 1954
    Síria: 1956-1957
    Indonésia: 1957-1959
    Líbano: 1958
    Panamá: 1958
    Haiti: 1959
    Vietname: 1959-1963
    Cuba: 1959-1962
    Camboja. 1959
    Laos: 1960
    Congo: 1960-1965
    Vietname: 1960-1964
    República Dominicana: 1961
    Cuba: 1961-1962
    Laos: 1962
    Iraque: 1963
    Equador: 1963
    Panamá: 1964
    Brasil: 1964
    Vietname: 1965-1975
    Indonésia: 1965-1967
    Congo: 1965
    República Dominicana: 1965
    Laos: 1965-1973
    Gana: 1966
    Guatemala: 1966-1967
    Camboja: 1969-1979
    Óman: 1970
    Chile: 1970-1973
    Bolívia: 1971
    Laos: 1971-1973
    Etiópia: 1974-1991
    Angola: 1975-1991
    Timor Leste: 1975-1999
    Argentina: 1976
    Afeganistão: 1979-1992
    Irão: 1980
    Polónia: 1980-1989
    Líbia: 1981
    Chad: 1981-1982
    El Salvador: 1981-1992
    Nicarágua: 1981-1990
    Líbano: 1982-1984
    Granada: 1983
    Honduras: 1983-1989
    Irão: 1984
    Líbia: 1986
    Bolívia: 1986
    Irão: 1987-1988
    Líbia: 1989
    Filipinas: 1989
    Panamá: 1989-1994
    Libéria: 1990
    Iraque: 1990-1991
    Iraque: 1991-2003
    Haiti: 1991
    Somália: 1992-1994
    Jugoslávia: 1992-1994
    Bósnia: 1993-1995
    Haiti: 1994-1996
    Croácia: 1995
    Zaire (Congo): 1996-1997
    Libéria: 1997
    Sudão: 1998
    Afeganistão: 1998
    Jugoslávia: 1999
    Macedônia: 2001
    Afeganistão: 2001-2021
    Venezuela: 2002
    Iraque: 2003-2021
    Haiti: 2004
    Ucrânia: 2004, 2013-presente
    Quirguistão: 2005
    Palestina: 2006-2007
    Iêmen: 2009-presente
    Síria: 2005-2009
    Líbia: 2011
    Síria: 2102-2017
    Venezuela: 2019-2022
    Bolívia: 2024

  13. Camarada Luís Pedro,
    Obrigado pela tua extensa lista de 90 “invasões militares, golpes de estado e operações clandestinas”, que comparas com as 33 guerras iniciadas pela Rússia, a que chamas “episódios”, que O Tolo listou.
    Consegues, já agora, dar uma lista das “invasões militares, golpes de estado e operações clandestinas” todas da Rússia no mesmo período, a ver se são 90 ou 243?
    Ou então, em alternativa, consegues dar só a lista de intervenções militares dos EUA, que possamos comparar com as 33 da Rússia?
    Spassibo!

  14. Eu não tenho que mostrar lista da Rússia nenhuma, porque eu não estou a defender a Rússia. Que a Rússia é má, já eu sabia, afinal foi o que me ensinaram na escola. Só não me ensinaram na escola que os EUA são igualmente um cancro.
    Só estou a mostrar que os EUA são igualmente podres. Que nenhum deles tem razão no que faz. E que é hipocrisia apontar o dedo a um e fechar os olhos a outro.
    Mas está difícil compreenderem isso.

  15. Eu nunca neguei nada da Rússia. Afinal a Rússia é um daqueles países em que todos os opositores políticos do Putin “suicidam-se”. O que é que há para defender em relação a um país desses?
    Vocês é que se negam ao que os EUA fazem, só porque não passa na CMTV. O que os Russos fazem é verdade. O que os EUA fazem é rotulado de propaganda ou teoria da conspiração.
    É tão difícil perceber que cada lado vende as mentiras que lhe interessa? Um exemplo muito simples: todos sabemos que o Sócrates roubou Portugal. Alguma vez ele admitiu isso? Por isso não esperem que os EUA admitam o que fazem, da mesma forma que a Rússia não o vai fazer.

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