Surpresa em França. A aliança de extrema-esquerda venceu as legislativas, à frente da coligação de centro direita do Presidente Emmanuel Macron e da extrema-direita de Bardella, segundo as projeções divulgadas após o fecho das urnas. O primeiro-ministro Gabriel Attal vai apresentar a demissão.
Contrariando as projeções das últimas semanas e as indicações que se poderiam extrair dos resultados da primeira volta das eleições, a aliança de esquerda Nova Frente Popular venceu as eleições francesas, atirando a União Nacional para o terceiro lugar.
Segundo as primeiras estimativas divulgadas, na segunda volta das eleições nenhum dos três blocos obtém a maioria absoluta.
Para a Nova Frente Popular são apontados entre 172 a 215 deputados, de acordo com as projecções de quatro institutos, que colocam o partido de Emmanuel Macron em segundo lugar, com 150 a 180 lugares, à frente do partido de extrema-direita União Nacional, com 115 a 155 deputados eleitos.
Na primeira volta, a 30 de junho, a União Nacional (RN, sigla em francês), partido de extrema-direita de Marine Le Pen, conseguiu vencer pela primeira vez as eleições legislativas, ao obter 33,1% dos votos e quase duplicar o seu apoio desde que a França elegeu a sua Assembleia Nacional pela última vez, em 2022.
Seguiu-se a aliança de esquerda Nova Frente Popular (que junta socialistas, ecologistas e comunistas e é liderada pela França Insubmissa, LFI, partido de esquerda radical de Jean-Luc Mélenchon, com 28%.
Já o Ensemble (Juntos), agrupamento centrista e liberal encabeçado pelo Renascimento, partido do Presidente Emmanuel Macron, tinha ficado na terceira posição, com 20% dos votos.
Após a divulgação das primeiras projeções, o primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, afirmou que tenciona demitir-se. “Entregarei a minha demissão ao Presidente da República esta segunda-feira de manhã”, anunciou Attal.
LFI exige primeiro-ministro de esquerda
O líder do França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, exigiu hoje ao Presidente francês, Emmanuel Macron, a nomeação de um primeiro-ministro da aliança de esquerda, que segundo as projeções ficou em primeiro lugar nas eleições legislativas.
“O nosso povo rejeitou claramente a pior solução possível”, afirmou Mélenchon, que acrescentou que o primeiro-ministro, Gabriel Attal, deve sair e a aliança de esquerda deve governar, o que foi recebido com muitos aplausos e gritos de apoio por parte dos apoiantes.
Os resultados da 2ª volta das eleições legislativas “são um imenso alívio para a maioria das pessoas no nosso país”, disse Mélenchon.
Na praça La Rotunde Stalingrad, local onde o partido LFI, de extrema-esquerda, organizou a sua noite eleitoral, os resultados foram recebidos em ambiente de festa por apoiantes, militantes e, inclusive, pelos jornalistas franceses.
Após o discurso, Jean-Luc Mélenchon apareceu numa das janelas do edifício para as centenas de pessoas que se juntaram para assistir aos resultados da noite eleitoral, o que causou uma onda de festejos.
Bardella saúda “avanço histórico”
O líder da União Nacional, Jordan Bardella, salientou hoje que o partido registou o seu “maior avanço na história”, duplicando o número de deputados, e criticou “os arranjos eleitorais” que “atiraram a França para os braços da extrema-esquerda”.
“Apesar de uma campanha de segunda volta marcada por alianças contranatura, que procuraram de todas as maneiras impedir os franceses de escolher livremente uma política diferente, a União Nacional realizou hoje o avanço mais importante de toda a sua história”, declarou Jordan Bardella.
Para o líder da União Nacional, “a aliança da desonra e os arranjos eleitorais perigosos negociados por Emmanuel Macron e Gabriel Attal com as formações de extrema-esquerda impedem os franceses de uma política de recuperação nacional”.
“Os acordos eleitorais atiraram a França para os braços da extrema-esquerda de Jean-Luc Mélenchon”, afirmou Jordan Bardella, perante os apupos dos militantes da União Nacional.
O facto de a União Nacional ter ganho a primeira volta e duplicado o seu número de deputados são “elementos constitutivos de uma vitória amanhã”, acrescentou Bardella.
“Tendo em conta a política que vai ser aplicada nos próximos meses, e que não vai responder a nenhuma das preocupações dos franceses, a União Nacional incarna a única alternância perante o partido único”, afirmou.
Já a líder da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, afirmou que “a vitória ficou apenas adiada. A maré está a subir. Desta vez não subiu suficientemente alto, mas continua a subir. E, por isso, a nossa vitória só tarda“, declarou Le Pen na TF1.
“Tenho demasiada experiência para ficar desiludida com um resultado em que duplicamos o nosso número de deputados”, salientou, comentando as projeções divulgadas após o fecho das urnas.
ZAP // Lusa
É esta a democracia da esquerda. Mais um golpe eleitoral aos olhos de toda a gente.
Viva a esquerda radical, no seio da qual se escondeu o PS francês, na pessoa do homem camuflado da lambreta e capacete, sr. Holande. Os xuxas franceses tal como os espanhois lá vão sobrevivendo à custa destas jogadas geringonceiras. É a conquista do poder a qualquer custo. Nada os parece envergonhar, nem mesmo as incompetências e misérias governativas.
Os franceses não estão bons da cabeça. 😉
Não esquecer que muitos dos “Eleitores Franceses” são Descendentes de Imigrantes , todas Etnias confundidas , isto sem contar com a População Marginal ou dita Minoritária . Mas enfim entre un extremo e outro , o Povo Francês está condenado a suportar uma Ingovernabilidade que se augura !