Astrónomos descobrem atividade inesperada na Grande Mancha Vermelha de Júpiter

NIRSpec/ NASA

A atmosfera de Júpiter em torno da Grande Mancha Vermelha

Através da utilização do Telescópio Espacial James Webb, os cientistas observaram a região acima da Grande Mancha Vermelha de Júpiter e descobriram uma variedade de características nunca antes vistas.

Na atmosfera de Júpiter é possível ver as luzes do norte e sul, que são alimentadas pelo material vulcânico ejetado da lua de Júpiter lo, uma das quatro grandes luas de Júpiter.

Io tem sido há muito descrita como um dos possíveis lares de vida extraterrestre, uma vez que a sua temperatura extrema e superfície coberta de lava a tornam habitável.

Segundo o IFLScience, a Grande Mancha Vermelha foi observada pelo Near Infrared Spectrograph do James Webb Space Telescope (JWST) em julho de 2022.

Num novo estudo, publicado a semana passado na Nature Astronomy, a equipa de cientistas ficou surpreendida ao descobrir que a atmosfera superior abriga uma variedade de estruturas, incluindo arcos escuros e pontos brilhantes, em todo o campo de visão.

“Pensávamos que esta região, talvez ingenuamente, seria muito aborrecida”, diz o primeiro autor no estudo, Henrik Melin.

Embora a luz emitida por esta região seja impulsionada pela luz solar, os autores do estudo sugerem que deve haver outro mecanismo que altere a forma e estrutura da atmosfera superior.

“Uma forma de alterar esta estrutura é através de ondas de gravidade, semelhantes às ondas que batem numa praia, criando ondulações na areia”, explica Melin, em comunicado.

“Estas ondas são geradas nas profundezas da atmosfera inferior, em torno da Grande Mancha Vermelha, e podem viajar para cima em altitude, alterando a estrutura e as emissões da atmosfera superior”.

As ondas atmosféricas podem ser observadas ocasionalmente na Terra, mas são mais fracas do que as observadas em Júpiter pelo Webb.

A equipa espera dar seguimento às observações com o JWST de modo a investigar como os padrões se movem na atmosfera superior do planeta e compreender o orçamento energético desta região, bem como as suas características.

Soraia Ferreira, ZAP //

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