Um rosto sorridente feito de pele humana viva poderá, um dia, ser ligado a um robô humanoide, permitindo que também as máquinas se consigam emocionar e comunicar de uma forma mais realista.
Um estudo publicado esta terça-feira na Cell Reports mostra como células humanas poderão, no futuro, dar um rosto a robôs.
Como explica a New Scientist, a pele viva utilizada nas experiências é composta por células de pele humana cultivadas num suporte de colagénio e colocadas numa base de resina impressa em 3D.
A pele também inclui ligamentos que, nos seres humanos e noutros animais, estão enterrados na camada de tecido por baixo da pele, mantendo-a no lugar e dando-lhe força e flexibilidade.
A equipa aplicou a pele num rosto robótico sorridente, movimentado por hastes ligadas à base, e ainda numa forma 3D do tamanho de uma cabeça humana.
Com este avanço, os robôs do futuro poderão mesmo ter pele humana…
… E emoções?
À New Scientist, o líder da investigação, Michio Kawai, da Universidade de Harvard (EUA), diz que tal tecnologia poderia melhorar a comunicação dos robôs com as pessoas e trazer-lhes emoções.
Além disso, esta inovação pode revolucionar a indústria cosmética.
“Ser capaz de recriar a formação de rugas num chip de laboratório do tamanho da palma da mão pode ser utilizado simultaneamente para testar novos cosméticos e produtos de cuidados da pele que visam prevenir, retardar ou melhorar a formação de rugas”, disse Michio Kawai.
Como explica o cientista, a pele criada em laboratório só ainda não possui todas as funções e durabilidade da pele real: “A falta de funções sensoriais e a ausência de vasos sanguíneos para fornecer nutrientes e humidade significa que não consegue sobreviver muito tempo no ar“. Mas até isso pode ter solução.
O desafio para resolver os problemas supramencionados passa pela incorporação de mecanismos neurais e canais de perfusão no tecido da pele.