O adolescente de 12 anos que é suspeito de ter planeado a violação de uma menina de 12 anos por ser judia terá um “nome que soa português”, ter-se-á convertido ao islamismo e terá “ódio de Israel”.
Os três adolescentes, de 13 e 12 anos, envolvidos na violação de uma menina de 12 anos em França, num crime que terá sido motivado pelo anti-semitismo, têm um percurso marcado pelo abandono escolar e eram seguidos pela associação de integração do bairro onde viviam, como noticia a imprensa francesa.
O menor mais novo, o de 12 anos, é suspeito de ser o mentor do plano que levou à violação da menina de 12 anos, com quem teria acabado um relacionamento amoroso há pouco tempo, depois de descobrir que era judia. O Le Figaro adianta que o jovem tem “um nome que soa português”.
Este adolescente terá deixado de ir às aulas há cerca de um mês, mas já faltava frequentemente à escola, para deambular pelas ruas, segundo o mesmo jornal.
Por ter apenas 12 anos, este menor não pode ser indiciado e foi colocado sob o “estatuto de testemunha assistida” de violação. Ele não terá participado nas agressões de violação, mas terá sido ele o autor do plano que levou a que ocorressem.
Menina disse que era muçulmana para se proteger
O adolescente terá conhecido a menina judia cerca de duas semanas antes da violação durante uma actividade desportiva extracurricular. Terão, então, começado um namoro de adolescentes.
A jovem de 12 anos terá afirmado, ou dado a entender, que era muçulmana devido ao clima de ódio latente contra os judeus que se sente em várias escolas francesas, para “evitar qualquer agressão”, conforme terá dito nas declarações que fez quando denunciou a violação.
Depois do ataque do Hamas a Israel a 7 de Outubro de 2023 e da guerra que estalou em Gaza, a menina terá sido assediada na escola por ser judia, com saudações nazis, cruzes suásticas pintadas nas mesas e piadas sobre o Holocausto.
Os próprios pais aconselharam a filha a ter “cautela em assuntos relacionados com a religião”, como revelam em entrevista ao Le Parisien, notando que também eles sentem, no dia-a-dia, um “anti-semistimo visível, palpável”. “A nossa filha viveu-o na pele na escola, antes de sofrer o impensável”, salienta a mãe da criança.
A mãe acredita também que “existe um mimetismo entre os actos perpetrados pelos terroristas do Hamas no “kibutz””, a 7 de Outubro, e o que a filha “sofreu”.
“Não suportava a ideia de que era judia”
Quando o adolescente de 12 anos descobriu que a menina era, na verdade, judia, ficou furioso. “Não suportava a ideia de que era judia”, conta ao Le Figaro a advogada da família da vítima, Muriel Ouaknine-Melki. “Quando descobriu, todo o seu ódio foi derramado sobre ela“, destaca.
O menor que se terá convertido ao islamismo e que teria “ódio a Israel”, segundo o mesmo jornal, terá traçado um plano, em conluio com os outros dois adolescentes.
Assim, o rapaz é suspeito de ter arrastado a ex-namorada para uma zona abandonada do prédio onde vivia. Ter-lhe-á tocado nos seios, antes de a insultar, de a agredir e de a atirar para o chão enquanto lhe puxava pelos cabelos, ameaçando ainda queimá-la com um isqueiro.
“Criticou-a por ser contra a Palestina e por apoiar Israel”, conta ainda Muriel Ouaknine-Melki ao jornal Le Point. A advogada não duvida que o jovem idealizou “uma expedição punitiva”, para castigar a ex-namorada “por não ter dito que era judia”.
Inspirados por islamismo de sites radicais
Os adolescentes envolvidos neste caso estão “imbuídos de um islamismo directamente ligado ao que pode ser encontrado em sites radicais“, conta também a advogada da família da vítima ao Le Point.
“Chamaram-lhe “judia suja”, “interrogaram-na sobre Israel, acusaram-na de ser uma apoiante de Israel”, relata, dando nota daquilo que a menina contou à polícia.
“Ela tentou explicar que era pela paz, aos 12 anos. Estes rapazes acusaram-na de ser contra a Palestina, de levar a cabo um genocídio contra a Palestina”, refere ainda.
“Eles gritaram com ela: “Vocês são assassinos. » Foi o que ela ouviu e sofreu enquanto era espancada e violada“, acrescenta Muriel Ouaknine-Melki.
Os adolescentes de 13 anos que participaram na violação foram indiciados por várias acusações, incluindo violação colectiva. São dois jovens problemáticos e um deles reside num lar para menores.
O outro terá deixado a escola e viverá com uma mãe “totalmente sobrecarregada”, cuidando sozinha dele e de mais três filhos, como relata o Le Figaro.
O que fazer com estes jovens?
Os três suspeitos admitiram arrependimento e reconheceram parcialmente os factos nos interrogatórios policiais, revela a advogada da vítima.
“Apesar de serem autores de actos criminosos, sendo muito jovens, ainda não estão habituados ao sistema judicial; portanto, fizeram declarações cruzadas onde se implicavam“, diz.
“Os resultados técnicos e as amostras colhidas permitirão determinar muito rapidamente quem fez o quê”, acrescenta a advogada que assume questionar-se sobre “o que teremos de fazer com estes jovens”. Não há uma resposta óbvia.
Menina “forte e corajosa” marcada para toda a vida
Quanto à vítima, Muriel Ouaknine-Melki destaca que é uma menina “forte e corajosa” por ter contado o que aconteceu aos pais, e por ter declarado à polícia os factos. Ainda acompanhou investigadores policiais para observações técnicas no local da violação logo depois do crime ter ocorrido. “Mostrou os locais precisos onde tudo aconteceu“, revela a advogada.
Foi ainda alvo de análises num centro forense, onde fez exames ginecológicos, e teve que fazer medicação preventiva contra uma gravidez e contra infeções sexualmente transmissíveis, nomeadamente o VIH.
Mas não há remédios que curem o trauma e a menina continua a ter pesadelos e dificuldades para dormir, sem conseguir esquecer aquele fatídico dia 15 de Junho que mudou a sua vida para sempre.
Un Anjinho perdido e sem Pais , já que não são mencionados ! ……….