Medicina, enfermagem e várias engenharias estão entre os cursos com maior empregabilidade, de acordo com dados do Ministério da Educação. 45 cursos superiores têm mesmo zero desempregados registados.
Como habitualmente, o ministério da Educação divulgou no portal Infocursos os dados sobre os cursos do Ensino Superior com maior e menor empregabilidade.
No lado dos cursos com emprego garantido, chegando a ter desemprego zero registado, destacam-se medicina, enfermagem e a engenharia informática, mas também Educação Básica, Química, Física, Dança, Música e Terapia da Fala.
Entre os 45 cursos do Ensino Superior com taxa de desemprego zero, oito são na área da enfermagem.
Destacam-se ainda 132 cursos superiores com desemprego abaixo de 1%, sendo que 107 são de escolas públicas.
Os dados divulgados pelo ministério da Educação têm por base o número de alunos diplomados em 2021, e os que estavam registados no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) como desempregados no ano seguinte, ou seja, em 2022.
Contudo, pode haver diplomados desempregados que não estão registados no IEFP, ou podem estar a trabalhar em outras áreas profissionais distintas daquelas onde se formaram.
Há ainda a possibilidade de alguns terem imigrado, em busca de oportunidades de trabalho no estrangeiro.
Mas considerando os dados do Infocursos, em 2021, diplomaram-se 180.191 estudantes. Em 2022, estavam registados no IEFP 6002 recém-licenciados desempregados, o que representa 3,3% do universo total.
Eis a lista de licenciaturas e de mestrados integrados com zero desempregados inscritos no IEFP em 2022:
- Enfermagem – Licenciatura (Escola Superior Enfermagem de Lisboa – Ensino Público – Politécnico)
- Engenharia da Segurança do Trabalho – Licenciatura (ISLA – Ensino Privado – Politécnico)
- Engenharia Informática – Licenciatura (I. P. Politécnico Gaya – Privado – Politécnico)
- Engenharia de Protecção Civil – Licenciatura (ISEC Lisboa) – Privado – Politécnico)
- Engenharia de Produção Industrial – Licenciatura (I. P. de Entre Douro e Vouga – Privado – Politécnico)
- Protecção Civil – Licenciatura (I. P. de Ciências da Informação e da Administração – Privado – Politécnico)
- Educação Básica – Licenciatura (ISCE – I. P. de Lisboa e Vale do Tejo – Privado – Politécnico)
- Enfermagem – Licenciatura (E. S. de Saúde Egas Moniz – Privado – Politécnico)
- Terapia da Fala – Licenciatura (E. S. de Saúde do Alcoitão – Privado – Politécnico)
- Enfermagem (entrada no 2.º semestre) – Licenciatura (E. S. de Enfermagem S. Francisco das Misericórdias – Privado – Politécnico)
- Enfermagem – Licenciatura (E. S. de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa – Lisboa – Privado – Politécnico)
- Enfermagem – Licenciatura (I. P. de Setúbal – Público – Politécnico)
- Tecnologia e Gestão Industrial (regime nocturno) – Licenciatura (I. P. de Santarém – Público – Politécnico)
- Enfermagem – Licenciatura (I. P. de Santarém – Público – Politécnico)
- Informática – Licenciatura (I. P. de Santarém – Público – Politécnico)
- Ortóptica – Licenciatura (I. P. do Porto – Público – Politécnico)
- Segurança Informática em Redes de Computadores – Licenciatura (I. P. do Porto – Público – Politécnico)
- Educação Musical – Licenciatura (I. P. do Porto – Público – Politécnico)
- Ortóptica e Ciências da Visão – Licenciatura (I. P. de Lisboa – Público – Politécnico)
- Farmácia – Licenciatura (I. P. de Lisboa – Público – Politécnico)
- Ortoprotesia (I. P. de Lisboa – Público – Politécnico)
- Música, variante Jazz (regime pós-laboral) – Licenciatura (I. P. de Lisboa – Público – Politécnico)
- Biotecnologia – Licenciatura (I. P. de Leiria – Público – Politécnico)
- Engenharia Informática – Licenciatura (I. P. de Coimbra – Público – Politécnico)
- Enfermagem – Licenciatura (I. P. de Castelo Branco – Público – Politécnico)
- Engenharia Electrotécnica e de Computadores – Licenciatura (I. P. do Cávado e do Ave – Público – Politécnico)
- Enfermagem – Licenciatura (I. P. de Beja – Público – Politécnico)
- Psicologia – Licenciatura (Universidade Católica Portuguesa – Privado)
- Arquitetura – Mestrado Integrado (Universidade Autónoma de Lisboa – Privado)
- Engenharia Informática e de Computadores – Licenciatura (Universidade de Lisboa – Público)
- Engenharia Naval e Oceânica – Licenciatura (Universidade de Lisboa – Público)
- Dança – Licenciatura (Universidade de Lisboa – Público)
- Medicina – Mestrado Integrado (Universidade de Lisboa – Público)
- Engenharia Geoespacial – Licenciatura (Universidade de Lisboa – Público)
- Medicina – Mestrado Integrado (Universidade do Porto – Público)
- Física – Licenciatura (Universidade do Porto – Público)
- Música – Licenciatura (Universidade do Minho – Público)
- Medicina – Mestrado Integrado (Universidade Nova de Lisboa – Público)
- Enfermagem – Licenciatura (Universidade de Évora – Público)
- Química – Licenciatura (Universidade de Coimbra – Público)
- Medicina – Mestrado Integrado (Universidade da Beira Interior – Público)
- Educação Básica – Licenciatura (Universidade de Aveiro – Público)
- Ciências Biomédicas Laboratoriais – Licenciatura (Universidade do Algarve – Público)
- Farmácia – Licenciatura (Universidade do Algarve – Público – Politécnico)
- Engenharia Eletrotécnica e de Computadores – Licenciatura (Universidade do Algarve – Público – Politécnico)
20 cursos com desemprego superior à média nacional
Os dados do InfoCursos revelam ainda que há 20 cursos superiores com uma taxa de desemprego de 10% ou superior. Este valor fica acima do desemprego global em Portugal, que, no fim de 2023, era de 6,5%.
Destes cursos, só um é na área das ciências exactas – Sistemas de Informação para Gestão no Instituto Politécnico do Porto.
Entre os cursos com maior desemprego destaca-se a licenciatura em Design Global da Universidade Europeia, uma instituição privada, com uma taxa de 17,3%.
O curso de Filosofia da Universidade do Minho tem uma taxa de desemprego de 16,6%, já o de Marketing no Instituto Politécnico de Bragança fica-se nos 14,7%.
Eis a lista das licenciaturas e dos mestrados integrados com taxa de desemprego registado acima dos 10%:
- Biologia e Biotecnologia – Licenciatura (I. P. de Bragança – Público – Politécnico) – 10,2%
- Ciências da Comunicação – Licenciatura (Universidade Fernando Pessoa – Privado) – 10,2%
- Educação Social – Licenciatura (I. P. de Viseu – Público – Politécnico) – 10,3%
- Ciências da Comunicação – Licenciatura (Universidade Católica Portuguesa – Privado) – 10,3%
- Educação Social – Licenciatura (I. P. de Bragança – Público – Politécnico) – 10,5%
- Música, variante de Música Electrónica e Produção Musical – Licenciatura (I. P. de Castelo Branco – Público – Politécnico) – 10,6%
- Gestão Pública – Licenciatura (Universidade de Aveiro – Público – Politécnico) – 11,1%
- Artes Plásticas e Tecnologias Artísticas – Licenciatura (I. P. de Viana do Castelo – Público – Politécnico) – 11,2%
- Comunicação Multimédia – Licenciatura (I. P. da Guarda – Público – Politécnico) – 11,5%
- Artes Digitais e Multimédia – Licenciatura (I. P. de Artes e Design – Privado – Politécnico) – 11,6%
- Mediação Artística e Cultural – Licenciatura (I. P. de Lisboa – Público – Politécnico) – 11,6%
- Fotografia – Licenciatura (I. P. de Tomar – Público – Politécnico) – 12%
- Sistemas de Informação para Gestão – Licenciatura (I. P. do Porto – Público – Politécnico) – 12,1%
- Multimédia – Licenciatura (I. P. Miguel Torga – Privado) – 12,5%
- Solicitadoria – Licenciatura (Universidade Portucalense – Privado) – 12,7%
- Turismo – Licenciatura (Universidade de Trás-os-Montes – Público) – 12,9%
- Turismo – Licenciatura (Universidade Católica – Privado) – 13,6%
- Marketing – Licenciatura (I. P. de Bragança – Público – Politécnico) – 14,7%
- Filosofia – Licenciatura (Universidade do Minho – Público) – 16,6%
- Design Global – Licenciatura (Universidade Europeia – Privado) – 17,3%.
Abandono voltou a subir no Ensino Superior público
O abandono escolar após o primeiro ano de licenciatura voltou a aumentar nas instituições de ensino superior públicas, fixando-se em 11,73%, segundo dados do Infocursos.
Os números mostram que continua a ser nos politécnicos que os alunos mais desistem.
Em 2022/2023, 11,73% dos ‘caloiros’ do ano anterior já não se encontravam em nenhuma instituição do ensino superior, mais 0,13 pontos percentuais face ao ano lectivo 2021/2022.
Para este aumento contribuíram sobretudo os institutos politécnicos, onde a taxa de abandono após o primeiro ano passou de 13,26% para 13,88%.
Menos alunos a desistir nas universidades
Em contrapartida, as universidades conseguiram remar contra essa maré e houve, no ano passado, menos alunos a desistir: 9,39% em relação aos 9,83% registados em 2021/2022.
Por outro lado, a taxa de abandono após o primeiro ano continua também a ser maior no sector privado, mas aí as escolas e universidades têm conseguido contrariar a tendência de aumento.
Com 12,38%, a percentagem registada em 2022/2023 é, ainda assim, inferior à registada no ano anterior e significativamente abaixo dos 15,8% registados em 2013/2014.
No entanto, olhando para ambos os sectores, quatro dos cinco cursos com maior taxa de abandono são ministrados por instituições privadas.
Osteopatia lidera taxa de abandono
A lista é liderada pelo curso de Osteopatia na Escola Superior de Saúde Norte da Cruz Vermelha Portuguesa, com 76,5%, seguindo-se Engenharia Civil no Instituto Politécnico de Castelo Branco (65%), e Informática de Gestão no Instituto Superior de Gestão e Administração de Santarém (53,6%).
Depois vêm os cursos de Enfermagem nas Escolas Superiores de Saúde de Santa Maria (50%) e de Saúde Norte da Cruz Vermelha Portuguesa (49,4%).
No extremo oposto, existem 51 cursos em que a taxa de abandono ficou abaixo de 1% e perto de metade são nas áreas da Engenharia.
ZAP // Lusa
Pelos vistos o curso de estatística não presta…
A estatística não abrange as universidades das Regiões Autónomas, tornando este artigo, como habitual, um exclusivo para portugueses de primeira.
Tudo normal.