“Tática de Hitler”. Putin quer que a Ucrânia entregue 4 regiões para acabar com a guerra

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Firdaus Omar / Flickr

Vladimir Putin, presidente da Rússia

O presidente da Rússia, antecipando-se aos apelos da Ucrânia para uma retirada total das forças de Moscovo, está a exigir na prática a capitulação total de Kiev. Zelensky recusou rapidamente.

O presidente russo, Vladimir Putin, exigiu esta sexta-feira que a Ucrânia renuncie a quatro regiões do sudeste que as tropas russas ocupam parcialmente e que desista da adesão à NATO, como condições para que a Rússia pare “imediatamente” as hostilidades e inicie negociações para pôr fim à guerra.

As exigências de Putin equivaleriam a uma capitulação da Ucrânia e à perda de mais de um quinto do território soberano da Ucrânia, incluindo a Crimeia, que a Rússia invadiu e anexou ilegalmente em 2014, diz a jornalista russa Mary Ilyushina no The Washington Post.

Os comentários do líder russo parecem ter sido concebidos para se anteciparem à Conferência para a Paz na Ucrânia, que decorre este fim de semana na Suíça com representantes de mais de 90 países e organizações, incluindo Portugal, mas sem a presença da Rússia e da China.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, deverá reiterar o seu apelo à retirada total das forças militares russas e ao fim da ocupação ilegal da Ucrânia por Moscovo.

As exigências mais gerais do líder russo incluem a consolidação do “estatuto neutro, não-alinhado e não-nuclear” da Ucrânia e o levantamento de todas as sanções ocidentais contra a Rússia.

Putin também reiterou objetivos mal definidos de “desnazificar e desmilitarizar” a Ucrânia, objetivos que usou originalmente como pretexto para a invasão em fevereiro de 2022, sinalizando essencialmente que o acordo proposto prevê uma rendição incondicional de facto da Ucrânia.

Putin tem insistido repetidamente e falsamente que a Rússia está a lutar para “expulsar os nazis da Ucrânia” e que a Rússia foi forçada a invadir porque estava sob ameaça das potências da NATO.

“Hoje estamos a fazer outra proposta de paz concreta e real“, disse Putin, dirigindo-se aos principais diplomatas russos numa reunião transmitida pela televisão.

Se Kiev e as capitais ocidentais a recusarem, tal como antes, então, no final, é da conta deles e da sua responsabilidade política e moral pela continuação do derramamento de sangue“, acrescentou o presidente russo.

Tática de Hitler

Zelensky tem dito repetidamente que a Ucrânia não entregará o seu território soberano e tem apelado a que Vladimir Putin e a Rússia sejam legalmente responsabilizados pelo crime de agressão. Na conferência suíça, Zelensky rejeitou a oferta de Putin como “não sendo de confiança“.

“Ele não vai parar”, disse Zelensky sobre Putin, traçando um paralelo com a expansão agressiva de Hitler antes da eclosão da Segunda Guerra Mundial. “Isto é a mesma coisa que Hitler costumava fazer“, acrescentou. “É por isso que não devemos confiar nestas mensagens”.

Em Bruxelas, o Secretário-Geral da NATO, Jens Stoltenberg, afirmou que Putin estava a tentar atingir objetivos que ultrapassam as capacidades das suas forças armadas.

“Esta proposta significa que a Rússia quer atingir os seus objetivos de guerra, esperando que os ucranianos cedam muito mais território do que aquele que a Rússia conseguiu ocupar até agora“, afirmou Stoltenberg numa reunião dos ministros da defesa da Aliança Atlântica.

OpenStreetMap / The Washington Post

Território ucraniano controlado pela Rússia

“Portanto, esta não é uma proposta de paz. É uma proposta de mais agressão, mais ocupação”, conlcuiu Stoltenberg.

Numa sondagem recente, mais de 90% dos ucranianos disseram acreditar que a Rússia quer negociações de paz apenas para ganhar tempo para preparar outro ataque.

Putin insiste que a Rússia está aberta a um acordo. No entanto, segundo analistas independentes, Putin não oferece compromissos ou concessões por parte da Rússia.

Não se trata de um plano de paz, mas de uma série de exigências maximalistas dirigidas ao Ocidente e à Ucrânia em troca do fim das hostilidades”, afirmou Tatiana Stanovaya, fundadora da R. Politik,  empresa de consultoria política russa, atualmente sediada em França. “Moscovo não oferece concessões; não há margem para compromissos.”

A lista de exigências não representa na prática nada de fundamentalmente novo —  já que Putin declarou anteriormente que a Rússia nunca cederia voluntariamente o território que alega ter anexado nas regiões ucranianas ocupadas de Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson.

ZAP //

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7 Comments

  1. O Putin está completamente louco, a semear morte e destruição, até do seu próprio povo.
    A narrativa atual é estranha e já carece de coerência, em muito semelhante ao que aconteceu com Hitler, já perto do fim.

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  2. O homenzinho está desesperado porque percebeu desde o início que era impossível atingir os alucinados objetivos da invasão da Ucrânia (desmilitarização, “desnazificação”, prisão dos governantes, ocupação do Donbass e de todo o litoral ucraniano estabelecendo uma ligação à Transnístria), mas não pode dar o braço a torcer e sair de lá sem nada. Isso seria o descrédito completo perante o povo russo e a sua morte política (ou real…).

  3. O Hitler tem sido o Biden pela Guerra que comprou para destruir a Rússia a partir da Ucrânia.
    Admiro a paciência de Putin para aturar os EUA e seus vassalos europeus.

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  4. As “quatro regiões do sudeste que as tropas russas ocupam parcialmente” têm população maioritariamente russa, população essa que se manifestou por referendo a favor da separação da Ucrânia e da reintegração na Rússia. Chama-se isso autodeterminação, que é um direito fundamental dos povos. Se essa autodeteminação é desejável para a Palestina, porque não para as regiões da Ucrânia com maioria russa? Mas isto de direitos parece só ser respeitado para os amigos dos Estados Unidos…

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  5. Tem população russa porque os ucranianos lá foram expulsos ou deportados e os russos foram incentivados a ir para lá
    É uma táctica conhecida e usada várias vezes
    Depois faz um referendo manipulado e obtém o resultado que lhe interessa

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  6. Não, Zé. A população russa existe na Ucrânia desde os tempos do Império russo e da União Soviética. Nenhum ucraniano foi expulso para dar lugar a esses russos. Havendo a internet, como é que ainda há quem tenha um tal grau de ignorância?…

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  7. O Livro de Cabeceira , do qual Putin se inspira deve ser o Mein Kampf do celebre escritor , A.H ! ….e como Ele , muitos outros Psicopatas também o devem consultar !

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