Enorme depósito de terras raras descoberto na Noruega. Economia europeia pode sorrir

Alguns óxidos de terras raras — no sentido dos ponteiros do relógio, a partir do centro: praseodímio, cério, lantânio, neodímio, samário e gadolínio.

Foi descoberto, na Noruega, um enorme depósito de terras raras, junto a um antigo vulcão. Pode estar dado o primeiro passo para a independência europeia deste tipo de compostos que são imprescindíveis para as indústrias “do futuro”.

Um grupo de investigadores no Complexo Fen Carbonatite, um antigo vulcão norueguês, encontrou um enorme depósito de elementos de terras raras.

Segundo os resultados de uma investigação geológica, publicados recentemente na Rare Earth Norway, o local alberga o maior depósito de elementos de terras raras da Europa: são 8,8 megatoneladas de óxidos de terras raras, das quais 1,5 se espera que possam ser aproveitados para turbinas eólicas e veículos eléctricos.

O Complexo Fen Carbonatite fica a sudoeste de Oslo, perto do Lago Norsjø, onde há cerca de 580 milhões de anos existia um vulcão ativo.

Segundo o LiveScience, a parte superior do vulcão sofreu foi sofrendo erosão, expondo à superfície um tubo cheio de magma, com cerca de dois quilómetros de diâmetro.

O magma solidificou-se depois em carbonatite – uma rocha de minerais que contêm certas formas de moléculas de carbonato.

Piotr.drozd / Wikimedia

Margem do Lago Norsjø, na Noruega, onde foram encontradas terras raras

Como explica a Rare Earths Norway, este magma contém agora elementos de terras raras, que são “economicamente importantes”, nomeadamente o neodímio, metal utilizado no fabrico de ímanes.

Os elementos de terras raras, também conhecidos como metais de terras raras, são um grupo de 17 elementos químicos na tabela periódica. Incluem os 15 lantanídeos, além do escândio (21Sc) e do ítrio (39Y), que tendem a ocorrer nos mesmos depósitos minerais que os lantanídeos e apresentam propriedades químicas semelhantes.

Estes elementos são essenciais em várias aplicações tecnológicas e industriais devido às suas propriedades únicas, como magnetismo, luminescência e resistência elétrica.

ZAP // Wikipedia

Terras Raras na Tabela Periódica

“A estimativa de recursos sublinha o potencial do depósito para ser um ativo verdadeiramente transformador que pode sustentar uma cadeia de valor segura de terras raras para a Europa”, disse o diretor executivo da Rare Earths Norway, Alf Reistad, num comunicado citado pela LiveScience.

De acordo com um relatório de 2023 do Instituto Oxford de Estudos Energéticos, cerca de 70% do fornecimento mundial de elementos de terras raras é extraído na China e 90% de todos os elementos de terras raras são aí processados.

Esta descoberta na Noruega pode ser o primeiro passo para a independência europeia deste tipo de compostos imprescindíveis para as indústrias “do futuro”.

 

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