A possibilidade de um terceiro programa de assistência financeira à Grécia ressurgiu nos últimos dias, apesar de Bruxelas insistir que a prioridade é chegar a acordo para desbloquear os 7 mil milhões de euros do último programa ainda pendentes.
Desde 2010, a Grécia teve dois programas de resgate no montante total de 240 mil milhões de euros, tendo como credores a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), mas face às dificuldades do país em financiar-se nos próximos meses, a ideia de um terceiro programa não é nova.
No ano passado, foi avançada a possibilidade de um novo empréstimo no valor de 10 mil milhões de euros, e na semana passada o jornal alemão Rheinische Post avançava com a hipótese de 20 mil milhões, citando fontes em Berlim, mas nos últimos dias o montante sugerido é mais elevado.
Na segunda-feira, o ministro das Finanças espanhol, Luis de Guindos, afirmou que tem havido discussões sobre um eventual programa e fontes próximas do governante espanhol avançaram que o montante em causa estaria entre 30 e 50 mil milhões de euros.
Também na segunda-feira, o vice-presidente da Comissão Europeia com o pelouro do euro, Valdis Dombrovskis, falou, numa entrevista à Bloomberg, na hipótese de um terceiro programa.
“A Grécia pode precisar de um mecanismo adicional após o fim do actual programa“, afirmou, acrescentando que a possibilidade de ficar apenas com uma linha de crédito é actualmente “menos provável” devido “à instabilidade financeira”.
As conclusões da reunião de ministros das Finanças realizada no passado dia 20 referem que os parceiros europeus mantêm o compromisso de apoiar a Grécia até que o país tenha pleno acesso aos mercados.
Os ministros das Finanças da zona euro, que voltam a reunir-se na segunda-feira, “não estão a discutir um terceiro programa de assistência”, disse esta segunda-feira à France Presse Simone Boitelle, porta-voz do presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijssebloem.
Uma porta-voz da Comissão Europeia, Annika Breidthardt, questionada hoje sobre o mesmo assunto respondeu que qualquer discussão sobre o que se segue “é prematura”, dado que o actual programa foi prolongado por quatro meses.
As instituições que emprestaram dinheiro à Grécia esperam por Abril para entregar os 7 mil milhões de euros ainda pendentes no quadro do actual programa, com o objectivo de avaliar previamente as reformas prometidas pelo governo liderado por Alexis Tsipras.
A Grécia terá ainda de encontrar uma solução para pagar cerca de 1,5 mil milhões de euros ao FMI em Março e 6,7 mil milhões de euros ao BCE no verão.
Segundo Olivier Garnier, economista-chefe da Société Générale, “o debate é agora muito mais sobre a necessidade de liquidez a muito curto prazo e para o ano de 2015″, uma questão que considera ter sido “um pouco negligenciada pelo Syriza”, a formação de esquerda radical liderada por Tsipras, que “pensava estar em posição de força devido ao excedente primário do país” e porque a perspectiva de uma saída da Grécia da zona euro “assustava”.
Na opinião do mesmo analista, o Syriza “já percebeu que agitar o espectro da saída da Grécia do euro leva à fuga de capitais e aumenta a necessidade de liquidez”.
O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, prometeu hoje apresentar na próxima semana aos seus homólogos propostas de reformas que permitam desbloquear rapidamente a ajuda esperada.
Enquanto espera, a Grécia recebeu hoje uma boa notícia, o Banco Europeu para a Reconstrução e Desenvolvimento (BERD) prometeu investir um montante “significativo” no país até 2020 para ajudar a relançar o crescimento.
/Lusa
Ainda acreditaram neste aldrabão……
Os apoiantes do Syriza estão caladinhos…..vinham cheios de goela…mas, a goela foi……..