Esqueçam nova geringonça: Pedro Nuno aproximou-se do centro

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Manuel de Almeida / LUSA

O secretário-geral do Partido Socialista (PS), Pedro Nuno Santos

“Não será pelo PS que haverá instabilidade política em Portugal”, afirmou, na noite das europeias. Fontes do partido falam em “inversão”.

Ainda antes das eleições legislativas de Março, já se comentava frequentemente que Pedro Nuno Santos não seria um obstáculo a uma nova versão de “geringonça”.

O novo secretário-geral do PS nunca rejeitou uma coligação com CDU e BE (ou Livre) e o esquerdismo manteve-se depois do dia 10 de Março.

No entanto, a noite das europeias, no domingo passado, pode ter mostrado – ou confirmado – que o rumo de Pedro Nuno Santos mudou.

Entre frases mais ou menos fortes, mais ou menos bizarras, o líder dos socialistas reforçou uma ideia importante.

Não será pelo PS que haverá instabilidade política em Portugal. Não é o Governo que ficou em causa nestas eleições, mas sim uma determinada forma de governar. Essa sim, foi derrotada nestas eleições. O PS continua na oposição, disponível para dialogar e para construir em conjunto”, atirou o secretário-geral do PS.

O Diário de Notícias ouviu fontes do PS, que ouviram esta indicação como “uma inversão” que já “tardava”.

Ou seja, Pedro Nuno Santos aproximou-se dos eleitores do centro e desviou-se dos eleitores mais à esquerda.

A noite das europeias mostrou uma gradual “aproximação” de Pedro Nuno ao eleitorado do “centro político e social”. Isso foi “evidente” no domingo passado, acrescentam.

Fica para trás o tal esquerdismo, o “azedume quase contra tudo”, a garantia de que o PS não iria deixar passar o próximo Orçamento do Estado.

Esta narrativa “mais moderada” também tem origem em Marcelo Rebelo de Sousa. O presidente da República tem avisado que era melhor Pedro Nuno Santos “cumprir o prometido”, para não criar “instabilidade”.

Traduzindo, em relação a um futuro próximo: não vem aí um novo bloco central, mas o Governo da AD deverá governar mais tempo do que muitos pensavam.

Mesmo assim, no mesmo discurso, Pedro Nuno Santos não poupou críticas ao Governo “arrogante”, que “não ouve” a oposição, que transformou a campanha para as europeias em campanha nacional e que está “em campanha permanente”.

ZAP //

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3 Comments

  1. “Pedro Nuno aproximou-se do centro”.
    De que centro? Deixou de haver esquerda em Portugal?
    De facto, a esquerda ficou com:
    – PS – 32,1%
    – BE – 4,3%
    – CDU – 4,1%
    – Livre – 3,8%
    – PAN – 1,2%
    Total: 45,5%

    A direita ficou com:
    – AD – 31,1%
    – Chega – 9,8%
    – IL – 9,1%
    – ADN – 1,4%
    Total: 51,4%

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  2. Estes gajos mudam com o vento. Num dia dizem uma coisa e no outro dizem outra. A canhota (caviar) antes de se saber os resultados finais dos emigrantes ainda se desmultiplicou em reuniões para ver se os votos que faltavam lhe permitiam uma geringonça com o pedregulho. Mas o chega é que abarbatou os lugares quase todos e a canhota ficou a chuchar no dedo. Sim, também essa que diz que é preciso ir buscar o $$$ onde o há. Como fazia o pai dela.

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