A Fundação da Igreja Católica que organizou a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) de 2023 em Lisboa, lucrou 31,4 milhões de euros com o evento que custou à Câmara de Lisboa 34 milhões de euros.
Foi a JMJ “mais lucrativa de sempre”, com um resultado positivo que fica 57% acima dos 20 milhões estimados inicialmente, de acordo com a Fundação criada pela Igreja Católica para organizar a JMJ em Lisboa.
O presidente da Fundação, o cardeal Américo Aguiar, apresentou, em conferência de imprensa, os resultados financeiros do evento que acolheu mais de 1,5 milhões de pessoas em Lisboa, em Agosto de 2023.
A Fundação fechou o ano com receitas acima de 74 milhões de euros, isto é, 13,7% acima do que estava previsto, como cita o jornal económico Eco.
Em termos de gastos, foram superiores a 43 milhões de euros, sendo que 41,7 milhões de euros foram para pagar a fornecedores e serviços externos. Houve gastos da ordem dos 1,1 milhões com pessoal e 445 mil euros em outros sectores.
Feitas a contas, dá um resultado positivo de 31,4 milhões de euros. Mas “tudo pago e recebido falamos de um retorno que ronda os 35 milhões“, como explica o cardeal Américo Aguiar citado pelo Eco.
“Este resultado é fruto, também, do grande esforço de contenção de gastos que norteou toda a organização da JMJ e do extraordinário trabalho e empenho dos voluntários ao longo de quatro anos”, salienta a Fundação em comunicado, onde elogia o “empenho de Portugal e de todos os portugueses, bem como dos peregrinos”.
67 milhões de euros em inscrições e doações
A JMJ Lisboa 2023 teve mais de 400 mil peregrinos inscritos, oriundos de quase todo o mundo. Cada participante tinha que pagar entre 50 e 235 euros para fazer parte do evento e ter acesso a alojamento, alimentação e viagens nos transportes públicos da cidade.
Os valores recebidos em termos de contribuições/inscrições e de doações para o encontro totalizaram 67,137 milhões de euros, segundo os valores divulgados pela Fundação.
Houve ainda donativos de privados superiores a 11 milhões de euros.
Os lucros obtidos com o evento vão ser aplicados em projectos de apoio nas áreas de infância e juventude em Lisboa e em Loures.
A Câmara de Lisboa anunciou que gastou quase 34 milhões de euros na JMJ, salientando que o investimento ficou 4,4% abaixo do previsto, mesmo após alguns “pedidos suplementares”.
O vice-presidente da autarquia chegou a dizer que foi o investimento “mais barato de sempre”, considerando o retorno para a cidade.
Contudo, em Março passado, o Tribunal de Contas (TdC) concluiu que apenas 53% do investimento efectuado terá utilidade futura, criticando os “excessos” com dinheiros públicos, nomeadamente com adjudicações por ajuste direto.
O evento também recebeu um apoio financeiro de 18,2 milhões de euros do Governo, de acordo com números avançados pela ex-ministra Ana Catarina Mendes no Parlamento em Outubro passado.
A Câmara de Loures terá ainda investido cerca de 8 milhões de euros, de acordo com dados divulgados na imprensa.
A JMJ 2023 esteve envolvida em várias polémicas, nomeadamente quanto à construção de um altar-palco que acabou por custar cerca de 2,9 milhões de euros. Inicialmente, previa-se gastar quase 5 milhões na sua construção.
Pelo menos o lucro foi para quem gasta tudo com os pobres!
Joaquim Talvez, essa foi a Melhor Piada que ouvi nos últimos 30 anos, “quem gasta tudo com os Pobres”, de rir á Gargalhada