Europeias: a esquerda esqueceu-se da geringonça

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António Cotrim / Lusa

António Costa cumprimenta João Oliveira

Campanha oficial arranca hoje. Até agora ouvimos bons candidatos, um “fraquíssimo” e uma estranha mudança de posição.

A campanha oficial para as eleições europeias começa esta segunda-feira com a maioria dos partidos concentrados em Lisboa, com a exceção da AD, PS e Chega, que dedicarão o dia a distritos a sul do Tejo.

Na sua primeira ação de campanha, o cabeça de lista da Aliança Democrática (AD), Sebastião Bugalho, vai ter um dia preenchido, com cinco ações no sul do país. O candidato vai começar o dia no Algarve, com iniciativas em Olhão e Faro, dedicadas às pescas e migrações, seguindo depois para o Alentejo, com paragens em Moura e Reguengos de Monsaraz, antes de terminar o dia em Évora, onde também vai estar o presidente do partido e primeiro-ministro, Luís Montenegro.

O Chega também estará no Algarve e no Alentejo, começando o dia com uma arruada em Vila Nova de Milfontes, no distrito de Beja, seguindo depois para Albufeira, onde fará outro desfile pelo centro da cidade.

A caravana do PS terá o dia mais intenso entre todos os partidos, também ele a sul do Tejo e unicamente no distrito de Setúbal. A cabeça de lista, Marta Temido, vai arrancar o dia logo às 07:30 da manhã, com um contacto com a população em Cacilhas, e só terminará às 20:30, com um comício em Almada, que também contará com uma intervenção do líder socialista, Pedro Nuno Santos.

De resto, todos os partidos com assento parlamentar terão iniciativas no distrito de Lisboa.

O Bloco de Esquerda (BE) vai iniciar o dia com uma visita à feira semanal de Espinho, no distrito de Aveiro, mas logo depois parte para Lisboa, com duas iniciativas no concelho de Loures, que inclui um jantar-comício em Sacavém.

Já a Iniciativa Liberal (IL) vai começar a campanha com ações no centro da capital: o cabeça de lista do partido, João Cotrim de Figueiredo, vai participar numa ação no Campo Pequeno de manhã e terminará o dia com um jantar-comício no Beato, no qual também vai participar o líder, Rui Rocha.

Também a CDU tem um dia dedicado exclusivamente ao distrito de Lisboa, com um contacto de manhã com a população na Amadora e, da parte da tarde, duas sessões, uma sobre salários – na qual participará o secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo – e outra sobre cultura.

O Livre dividirá o dia entre o distrito de Setúbal e de Lisboa. Três horas depois da cabeça de lista do PS, o “número um” do Livre, Francisco Paupério, vai fazer uma viagem de barco entre o Cais do Sodré e Cacilhas, passando a tarde em Sintra, com a visita ao restauro ecológico do Vale da Adraga e um convívio com membros do partido no Café Paranoia.

Por sua vez, o “número um” do PAN, Pedro Fidalgo Marques, começa a campanha com duas iniciativas dedicadas ao ambiente no distrito de Lisboa: uma visita à ‘start-up’ tecnológica Wind Credible, na Amadora, e outra ao Instituto Zoófilo Quinta Carbona, no concelho de Oeiras.

O que se ouviu nos debates

Antes do início oficial da campanha eleitoral, os debates televisivos e radiofónicos marcaram as duas últimas semanas.

Ao contrário de eleições anteriores, tem havido maior destaque a estas europeias e, nesses debates, tem-se falado mais sobre assuntos que estão mesmo relacionados com o Parlamento Europeu.

Anselmo Crespo considera que Catarina Martins (BE), João Cotrim Figueiredo (IL), Sebastião Bugalho (AD) e João Oliveira (CDU) são os candidatos com maior capacidade política e que contribuíram para debates informados.

Mas há candidatos mais fracos: Pedro Fidalgo Marques (PAN), o “fraquíssimo” Tânger Corrêa (Chega) e Marta Temido (PS), que “claramente tem muitas dificuldades em dominar os assuntos europeus” e que “não foi uma escolha feliz” do PS.

Na rádio Observador, o jornalista e comentador político salientou um assunto: famílias europeias.

“Qualquer tema: imigração, guerra na Ucrânia, até o aborto que nem é um tema… De repente, surgiu nesta base: uma táctica dos partidos à esquerda para atacar os partidos à direita sobre as famílias europeias em que se integram”.

Ou seja, os partidos da esquerda têm tentado colar os partidos da direita a outros partidos europeus de direita que apresentam posições mais conservadoras e polémicas.

“E isso, vindo da esquerda, é absolutamente extraordinário!”, atirou Anselmo Crespo, que lembrou que as divergências dentro de uma família europeia partidária são normais, há posições diferentes em diversos assuntos.

Além disso, recuemos a 2015: “Como é que alguém que fez uma geringonça composta por partidos anti-NATO, anti-União Europeia e anti-euro, agora acha estranho que o Partido Popular Europeu (PPE) tenha que negociar e chegar a consensos com partidos que não têm claramente a mesma visão, ou que estão mais à direita, ou que são mais liberais, que pensam de forma diferente?”.

Anselmo Crespo recordou o que Costa disse quando o PS se juntou a PCP e BE. Os temas controversos nem eram tema para o então primeiro-ministro.

“Como é que, agora, o PCP e o PS acham que é um bom argumento dizer que o PPE está a negociar com partidos de extrema-direita ou com amigos do senhor Putin? O PCP é amigo de quem? De Cuba, da Coreia do Norte… Isso nunca incomodou o PS”, analisou, acrescentando: “A coerência na política é um bem”.

ZAP // Lusa

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1 Comment

  1. É uma vergonha, o que estes políticos fazem para garantir um ordenado chorudo, e sem fazer nada! Também nada mais se lhes pode exigir, não sabem…..
    O parlamento europeu está cheio de boys e girls, que não valem nada, zero!
    Quando assistimos a debates de pessoas deste calibre, ficamos ilucidados daquilo que podemos esperar para Portugal, ou seja, passar vergonha com candidatos tão fracos, mas tão fracos, não sabem o que dizem, nem dominam a maior parte dos assuntos europeus.
    Há jornalistas, mal pagos, com o emprego em risco, que davam dez a zero a qualquer um destes deputados.
    Enfim, são os políticos que temos!
    Haja decoro!

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