Chega entre o “colinho” e o “jogo cobarde”

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José Sena Goulão / LUSA

André Ventura e Luís Montenegro no Parlamento

Acusações de Luís Montenegro e Mariana Mortágua, em contextos distintos. Pedro Nuno nega aproximação ao partido de André Ventura.

O primeiro-ministro acusou nesta segunda-feira o PS de “dar colo” ao Chega e o partido de André Ventura de ser o “chega-me isso” dos socialistas, afirmando que não se deixará intimidar “com apreciações precipitadas e jogadas de bastidores”.

No jantar que marca o arranque das comemorações dos 50 anos da fundação do PSD, em Lisboa, Luís Montenegro afirmou que o “ambiente político anda estranho” e espera que os partidos da oposição “que se desdobram em entrevistas” possam explicar “uma das maiores incógnitas que deve assolar o pensamento dos portugueses”.

“Como é que um partido como o Chega andou uma campanha eleitoral inteira a dizer que era absolutamente necessário correr com os socialistas do Governo, e agora depois das eleições são uma espécie de ‘chega-me isso’ do PS?”, questionou, numa alusão a votações de iniciativas viabilizadas com os votos dos dois partidos no parlamento nas últimas semanas, contra a vontade do PSD.

Luís Montenegro acrescentou que “o PS não se pode estar rir”, dizendo que andou “anos a mostrar pavor do Chega”.

“De tal maneira, que eu não tinha um segundo de descanso, era Chega para aqui e Chega para acolá. Mas afinal o PS não se importa de dar colo, de dar colinho ao Chega e não se passa nada. O Chega é o ‘chega-me isso’ do PS, o PS dá colo ao Chega e não se passa nada, está certo…”, ironizou.

Antípodas

Apesar de terem ficado do mesmo lado no Parlamento, nas votações sobre IRS e portagens, Pedro Nuno Santos assegurou que o PS continua bem longe do Chega e que é “muito difícil negociar” entre os dois partidos.

“O PS está nos antípodas do Chega. O PSD está muito mais próximo do que nós”, declarou na SIC.

O secretário-geral do PS garantiu que o seu partido não está condicionado “em função do que o Chega pode ou não fazer”. E, disse, o PS “não aprova medidas com o Chega”; apresenta propostas e espera pela postura dos outros partidos.

Quando foi questionado se o PS votaria a favor de uma proposta do Chega, Pedro Nuno respondeu: “Depende”, acrescentando que os socialistas ainda não se identificaram com propostas do Chega.

Mas Pedro Nuno Santos repudiou o discurso “fácil, de ódio” sobre o Chega em relação a imigrantes.

“Jogo sujo”

Noutro contexto, e a partir do Funchal, onde decorrem as jornadas parlamentares, a coordenadora do Bloco de Esquerda atacou o “jogo sujo” do Chega sobre racismo e imigração.

“A extrema-direita parlamentar e André Ventura estão a tentar transformar uma agressão racista num debate sobre imigração. É um jogo sujo, é um jogo cobarde, […] que usa a criminalidade social como uma desculpa e como uma justificação para ataques racistas, criminosos e que não têm desculpa”, disse Mariana Mortágua.

“A criminalidade social deve ser combatida, seja ela cometida por portugueses ou por imigrantes e isso não está em causa num Estado de direito. Todos temos o direito a viver em segurança, agora André Ventura não condena os crimes racistas e violentos porque o Chega os promove explicitamente com o seu discurso anti-imigração”, atirou Mortágua.

ZAP // Lusa

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5 Comments

  1. O “jogo” que o PS+PSD sempre fizeram nos bastidores era de “cheques em Branco” entre os dois para aquele que estivesse no Governo.
    Agora entra no “jogo” mais um “joker”, o CH , e o PNS está apostado em fazer tudo para haver novas eleições e arrebatar o lugar de PM.
    E o PSD está incredulo, ficou encurralado na sua toca, e não sabe como sair. Esperteza não é inteligencia e não vão longe, nunca foram e nunca irão chegar a algum lado.

  2. PSD negociou com CH o voto contra.
    CH prometeu ao PSD, mas na hora fez-lhes o manguito.
    O PSD, traído pelo CH atira-se ao PS, que nada fez pelo voto do CH (ao contrário do PSD).
    Moral da história : mais gagás direitolas?
    Um não bastava?

  3. Cara Lucinda,
    para eu não ficar com a ideia que os seus argumentos não são “fabricados”, diga-me lá se entende que o Parlamento e do tipo um Bazar Turco, onde se vende tudo a qualquer preço e se o Programa do CH afinal é mais um embuste igual ao que o PS+PSD tem “vendido” ao Povo portuges.
    A sua argumentação transmite o que “parlé” do Hugo Soares veio “inundar” a C.S.. O que é que o PSD “ofereceu” ao CH que estivesses de acordo com o Programa do CH e que levaria a voto favoravel?
    Será que o PSD, foi ao CH dizer ” olhem, vaoces que votem do nosso lado, a gente depois vê”?
    Ainda bem que apareceu o CH para acabar com esse tipo de Ditaduras de Favores nas costas do Povo e ao arrepio do Bom Senso, da Honestidade e do Civilizado (isto no minimo)

  4. Entre todos, todos todos, venha o “diabo” e escolha!
    Infelizmente, nenhum deles é minimamente confiável.
    Escolha difícil, mesmo para o “diabo”!

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