Israel elimina líder do Hezbollah em ataque no Líbano

khmnoun / Twitter

Ismail al-Zein

Ismail al-Zein seria “responsável por dezenas de ataques” contra Israel.

O exército israelita disse hoje ter “eliminado” um dirigente do grupo xiita libanês Hezbollah, num ataque aéreo no sul do Líbano, dois dias depois de ter anunciado a morte de outro dirigente deste movimento num ataque na mesma região.

“Um avião da Força Aérea [de Israel] atingiu um veículo na região de Kounine, no Líbano, no qual Ismail al-Zein viajava”, adiantou o exército israelita este domingo, em comunicado.

O exército descreveu-o como o “comandante de uma unidade (…) responsável por dezenas de ataques” contra Israel.

Em Beirute, uma fonte militar libanesa afirmou que “um drone israelita atingiu um carro na aldeia de Kounine, matando uma pessoa a bordo”. Não foram fornecidos mais pormenores, como noticia a agência France Presse (AFP).

A violência que opõe o exército israelita ao Hezbollah, junto à fronteira com o Líbano, intensificou-se desde outubro do ano passado, na sequência do ataque do Hamas a Israel e da resposta bélica deste país, na Faixa de Gaza.

Esta sexta-feira, a perseguição ao Hezbollah atingiu depósitos de armas na Síria. Pelo menos 36 soldados sírios e seis membros do grupo terrorista morreram. Foram os ataques mais intensos em território sírio nos últimos três anos.

O Hezbollah, pró-iraniano, tem como alvo posições militares israelitas e localidades próximas da fronteira, e Israel responde bombardeando o território libanês, principalmente no sul, e com ataques dirigidos contra oficiais do Hezbollah e do Hamas.

Na sexta-feira, o exército israelita anunciou que tinha morto “Ali Abdel Hassan Naïm, o vice-comandante da unidade de mísseis e foguetes do Hezbollah”, num ataque em Bazouriyé, no sul do Líbano. O Hezbollah confirmou a sua morte.

Em plena ofensiva israelita em Gaza, que já matou mais de 31 mil palestinianos, Esmail Qaani, chefe da Força Quds — um dos cinco ramos do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irão — reuniu com o líder do grupo Hezbollah Sayyed Hassan Nasrallah em fevereiro, pela terceira vez desde o início do conflito desencadeado pelo Hamas a 7 de outubro.

A visita a Beirute teve o objetivo de discutir o risco de Israel iniciar uma ofensiva no Líbano, numa tentativa de eliminar o movimento xiita tal como pretende fazer com o Hamas em Gaza.

A ofensiva total a norte poderia prejudicar gravemente o principal parceiro regional de Teerão, segundo fontes da Reuters. O líder do Hezbollah garantiu ao chefe do grupo de defesa iraniano que não queria que o Irão fosse arrastado para uma guerra com Israel ou com os EUA e cimentou a sua posição: o Hezbollah lutaria sozinho em cenário de ofensiva israelita.

Desde o início da guerra entre Israel e o Hamas, em 7 de outubro, pelo menos 348 pessoas foram mortas no Líbano — na sua maioria combatentes do Hezbollah, mas também pelo menos 68 civis – de acordo com uma contagem da AFP.

Do lado israelita, dez soldados e oito civis foram mortos, segundo o exército.

ZAP // Lusa

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