Montenegro satisfeito com Pedro Nuno – mas um famoso deputado do PSD tem outra versão

ZAP // José Sena Goulão / Lusa

A disponibilidade do PS para viabilizar um Orçamento do Estado retificativo originou reacções diferentes: “Foi uma enorme confissão”.

O Partido Socialista vai viabilizar um Orçamento do Estado retificativo da AD, se o documento cumprir alguns requisitos.

Os socialistas exigem valorização das grelhas salariais de alguns grupos profissionais da administração pública até ao início do verão.

Mais concretamente: professores, forças de segurança, profissionais de saúde e oficiais de justiça.

A novidade foi dada por Pedro Nuno Santos, depois do encontro que teve com Marcelo Rebelo de Sousa, na terça-feira passada.

Luís Montenegro ficou satisfeito: “Tive ocasião de ouvir todas as comunicações proferidas por todos os lideres partidários e de ter registado todo o seu conteúdo. Sobre a do secretário-geral do PS, registei com satisfação o sentido de responsabilidade que ela encerra”.

“Tudo o mais, a concretização do que quer que seja, caberá ao Governo que ainda não existe, quando existir dará essa resposta a todas as comunicações que foram proferidas”, acrescentou o líder do PSD e da AD nesta quarta-feira, também depois de ter estado com o presidente da República.

“Enorme confissão”

Mas um deputado do PSD tem outra perspectiva sobre esta declaração de Pedro Nuno.

“Sem arrogância, mas com alguma ironia: foi uma enorme confissão“, começou por dizer Paulo Rios de Oliveira na rádio Observador.

Paulo Rios explicou: “O Governo (do PS) de maioria absoluta tinha tudo – até dinheiro – e não resolveu os problemas. E agora diz que vem ajudar a resolver os problemas que não resolveu“.

“Registamos com humildade democrática a disponibilidade e o sentido de responsabilidade; também não deixamos de registar que é a confissão absoluta da inoperância do PS”, acrescentou o deputado, que espera que o sentido de responsabilidade do PS se espalhe para outros assuntos.

O social-democrata admitiu que tem dúvidas de que será mesmo preciso apresentar um Orçamento retificativo.

Mas deixa um aviso: “Acabou a táctica, acabou a navegação à vista, acabou o pequeno golpe de teatro” – porque é preciso resolver os problemas, reforçou.

Por isso, conta com a viabilização do PS das medidas que o novo Governo apresentar, nos problemas mais graves do país.

Paulo Rios de Oliveira ficou famoso na Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP, num diálogo com o então ministro das Infraestruturas, João Galamba. Contou uma história “Era uma vez um país…”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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