O Google DeepMind – empresa que desenvolve modelos de Inteligência Artificial (IA) – está a ajudar o Liverpool a melhorar as suas táticas. Estará encontrada a solução para a saída de Jürgen Klopp?
Jürgen Klopp anunciou a saída do comando técnico do Liverpool, no final da presente temporada, depois de nove anos no clube.
Desde então, nomes como Rúben Amorim (Sporting) e Xabi Alonso (Bayer Leverkusen) têm sido apontados à sucessão do treinador alemão, no comando técnico dos Reds, para a próxima época.
No entanto, isso parece, por enquanto, ser um mal menor para o Liverpool – que, com a ajuda do DeepMind, desenvolveu um modelo de IA, para fazer as próprias táticas.
Esta nova tecnologia foi divulgada, esta terça-feira, num estudo publicado na Nature. Chama-se TacticAI e foi desenvolvida durante três anos, numa parceria entre o Liverpool Football Club e o DeepMind.
Esta tecnologia marca golos? Não, mas…
O TacticAI é capaz de ajudar, por exemplo, os treinadores a preparar livres e pontapés de canto, tanto de um ponto de vista ofensivo como defensivo. E como? Através da análise de exemplos reais pondo em perspetiva padrões semelhantes, oferecendo depois sugestões de alterações de táticas consoante o adversário.
O TacticAI foi treinado com dados de 7176 cantos da temporada 2020/21 da Premier League inglesa, onde se analisaram as posições de cada jogador, ao longo do tempo, bem como as respetivas alturas e pesos.
Num teste cego, os especialistas do Liverpool não conseguiram distinguir táticas geradas pelo TacticAI daquelas que foram desenhadas por humanos. Além disso, em 90% dos casos preferiram as táticas geradas pela IA.
Contudo, apesar da capacidade da TacticAI para prever situações de jogo e falando num tom mais sério, os investigadores rejeitaram que tivesse sido encontrada a “solução para a saída de Klopp” ou a substituição de qualquer treinador de futebol.
“Apoiamos fortemente sistemas de IA que amplifiquem as capacidades humanas e permitam que os treinadores dediquem mais tempo com a parte criativa do seu trabalho, em vez de tarefas que podem ser substituídas por este tipo de sistemas”, explicou à New Scientist Petar Veličković, um dos líderes da investigação.