50 anos do 25 de Abril. Quantas mulheres lideraram partidos até agora?

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António Cotrim / Lusa

A ex-líder do PSD, Manuela Ferreira Leite

Liderança, mandatos em eleições. Uma análise ao que (não) tem sido a influência feminina na política portuguesa.

As eleições legislativas 2024 vão ser realizadas no dia 10 de Março.

Por coincidência, apenas dois dias depois do Dia Internacional da Mulher, que se assinala a 8 de Março.

Então, juntamos uma análise que mistura política e mulheres.

Há poucas semanas, no único debate totalmente feminino nesta campanha eleitoral, Inês de Sousa Real destacou um facto: “Eu e a Mariana Mortágua somos apenas as quinta e sexta mulheres líderes de partidos políticos em Portugal“.

Tem razão. Parcialmente.

De facto, só houve seis mulheres líderes dos partidos com pelo menos um deputado na Assembleia da República.

Vamos à lista.

A primeira, que abriu portas para esta diversidade, foi Manuela Ferreira Leite. A primeira mulher presidente do PSD e a primeira mulher a liderar um dos principais partidos em Portugal.

Aconteceu em 2008. Ou seja, esperamos 34 anos desde o 25 de Abril para ver um grande partido liderado por uma mulher.

Entretanto apareceram Catarina Martins (BE), Heloísa Apolónia (PEV), Assunção Cristas (CDS-PP), Inês de Sousa Real (PAN) e Mariana Mortágua (BE).

Nota ainda para Maria José Nogueira Pinto: candidatou-se à liderança do CDS-PP em 1998, poderia ter sido a primeira líder partidária, mas perdeu. Paulo Portas foi o vencedor.

Entre os partidos mais antigos, o PS e o PCP destacam-se: nunca foram liderados por uma mulher e nunca tiveram sequer uma mulher candidata à liderança.

Voltando à frase de Inês de Sousa Real, há mais mulheres nas lideranças de partidos mais pequenos. Nesta campanha eleitoral temos visto os três casos mais recentes: Márcia Henriques (RIR), Ossanda Liber (Nova Direita) e a candidata mais nova de todas e todos, Inês Bravo Figueiredo (Volt).

Na Assembleia da República há mais presença feminina. Só com duas líderes, mas com 85 deputadas na actual legislatura.

Os números da Pordata mostram que as mulheres têm estado cada vez mais presentes no Parlamento português.

Basta ver que, no início deste século (legislativas de 2002), só 19,6% dos deputados eram mulheres, equivalente a apenas 45 deputadas – praticamente metade do número actual. E em 1976, nas primeiras eleições livres, só foram eleitas 15 mulheres (5,7% do total da Assembleia).

Mesmo assim, as mulheres ainda estão em minoria: 37%.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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5 Comments

  1. Sempre pensei que o mais importante é a competência e a honestidade para estes cargos, não o sexo, a cor da pele, a religião, etc.

  2. Grande exemplo! Não arranjaram nada melhor?
    Percebe-se de onde vem a escolha.
    Essa senhora só não governou no tempo da ditadura porque os lugares estavam interditos às mulheres.
    De todos os que passaram pelo governo de Portugal nestes 50 anos, foi a única pessoa a verbalizar a sugestão de suspender a democracia. Claro que não se atreveu. Era impossível. Mas tentou e isso diz tudo sobre ela e sobre o partido a que pertence.

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  3. Artigo interessante. Um caminho longo para a igualdade de género. Ainda muito preconceito contra as mulheres no campo político. Curiosamente é da extrema esquerda que vem o exemplo mais gritante, o Partido Comunista com mais de 100 anos nunca teve uma secretária-geral, ganha o título do partido mais machista de Portugal.

  4. “Entre os partidos mais antigos, o PS e o PCP destacam-se: nunca foram liderados por uma mulher e nunca tiveram sequer uma mulher candidata à liderança.”

    Não deixa de ser irónico, o betinho do PS, apelar de forma desesperada ao voto das mulheres! :/

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