Planos de expansão do aeroporto de Madrid podem estragar outros planos — os da TAP. E não afetam apenas a capacidade e estratégia da empresa, mas também a polémica privatização.
A TAP poderá ter de ajustar a sua tática para o “hub” de Lisboa devido a uma jogada estratégica, vinda de Espanha.
A expansão planeada para o aeroporto de Madrid, que visa aumentar a sua capacidade em 28% até 2031, pode vir a afetar diretamente a competitividade e o valor de mercado da companhia portuguesa.
O objetivo deste projeto ambicioso é consolidar a posição do aeroporto espanhol como um “hub” líder para a América Latina, expandir as suas conexões para a Ásia e manter o país na sua trajetória de crescimento no setor do turismo, que beneficia de um investimento de 2,4 mil milhões de euros.
Agora, especialistas apontam para a necessidade urgente de Portugal avançar com o projeto de um novo aeroporto, para não ficar atrás na atração de turistas e na eficácia do seu “hub” aéreo. Mas lembram, no entanto, que mesmo que o projeto do novo aeroporto arranque este ano, não se espera que a sua conclusão chegue algures na próxima década, o que coloca Portugal numa posição de clara desvantagem em comparação com Madrid.
“Essas notícias não são boas para a TAP, a não ser que a transportadora aérea nacional pudesse assegurar antecipadamente a ligação a esses mercados e, por conseguinte, no futuro, Espanha teria de negociar com a TAP vantagens competitivas (no âmbito dessa partilha) para ambas as partes”, explicou o professor na Universidade da Beira Interior e membro da Comissão de Acompanhamento do grupo de trabalho (CTI) para o novo aeroporto, Jorge Silva, ao Jornal de Negócios.
O impacto da expansão de Madrid na TAP não é apenas uma questão de capacidade e estratégia — também afeta a polémica privatização da empresa.
“Eventualmente poderá ser necessário à TAP reavaliar-se, o que pode muito bem resultar num ajuste na sua estratégia sobre as rotas a operar”, acredita o especialista em aeronáutica, Rui Quadros. “Para sobreviver terá de se diferenciar e atuar cada vez mais como ‘hub’ para a captação e transferência de passageiros”, acrescentou. Tudo depende da resposta da TAP a este desafio.
Além disso, a competição com a LATAM e a Iberia, ambas parceiras na aliança OneWorld, pode intensificar-se, especialmente nas rotas para a América Latina, onde a TAP tem, historicamente, desempenhado um papel fundamental.
“Apesar da TAP ser muito cautelosa em relação ao Extremo Oriente, poderão no futuro ser perdidas oportunidades lucrativas de expansão de rotas”, explicou Luís Pedro Carmo Costa, sócio da consultora Neoturis, ao Negócios.
Mas se alguns argumentam que a TAP necessitará de um proprietário forte que possa explorar sinergias e promover o crescimento, outros veem a situação como uma oportunidade para competir (e assim aumentar o interesse de potenciais compradores na privatização).
O mais natural será que as interessadas na privatização da TAP — Lufthansa e a Air France-KLM —, olhem para Lisboa e para a empresa portuguesa “como uma forma de travar o grupo IAG e a estratégia do ‘hub’ norte-sul da British Airways/ Iberia”, opina Gavin Eccles, consultor dos setores de aviação e turismo.
Os aeroportos de Espanha tiveram em 2023 um recorde de 283,2 milhões de passageiros (turistas e não só), revelou a empresa AENA, que gere os 48 aeroportos civis do país.
Mais de 180 milhões de passageiros chegaram em voos internacionais (um aumento de 18,2% em relação a 2022). Nos voos domésticos o aumento foi de 12,6%. O aeroporto de Madrid foi o que teve maior número de passageiros no ano passado (60,2 milhões de pessoas, mais 18,9% do que em 2022), seguido pelos de Barcelona (49,9 milhões, mais 19,9%).
Trata-se do “maior investimento da última década em infraestruturas aeroportuárias em Espanha”, disse o primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, em finais de janeiro.
Teria feito sentido ter-se avançado com o novo aeroporto no CTA na altura do governo de Sócrates, aeroporto esse q em conjunto com a linha de alta velocidade a ligar a Espanha, seria um hub interessante na península ibérica
Começar agora este processo, vai tarde e sinceramente acho um investimento inútil, tendo em conta as dificuldades de ligação ferroviária.
Preferiram avançar com a alta velocidade Lisboa Porto, o que passa desviado dessa zona.
Parece que não há um plano nacional com lógica, e não precisamos do sistema mais rápido de transportes, mas precisa de ser eficiente, acessível de preço e competitivo em termos de tempo.
Reparar certos troços da linha do norte e mais duplicação de vias seria uma opção muito mais barata, com um resultado pouco diferente duma nova linha à parte de alta velocidade. E nisto, a ligação a Espanha continua a ser a mais demorada e ridícula da Europa ocidental….
Além de Lisboa, existem mais três aeroportos no continente: Porto, Beja e Faro. Não faria sentido potenciá-los para libertar um pouco o de Lisboa?
Portugal é um país de políticos dormentes, sedentos de desviar o máximo de dinheiro possível.
Que a mais de vinte anos, que gastam o dinheiro dos contribuintes com estudos a dar a ganhar a empresas da sua conveniência.
Estão a deixar o nosso país para trás em tudo por o dinheiro para eles não chega…!!!
Têm sido assim.
Foi no porto de Sines
Nas linhas de alta velocidade
É no novo aeroporto e em muitas outras coisas.
Este país com a localização que têm, podia ser um país rico e honesto.
Assim temos um país de pobres e políticos ladrões.
Que VERGONHA…!!!!!!!
VERGONHA……
Os negócios dos politicos deixam sempre muito a desejar, a razão principal porque náo são claros nem transparentes o que nos leva em termos de cidadania a manter eternas duvidas sobre a seriedade do poder. Depois, Portugal gasta rios de dinheiro em ideias e projetos que náo se fazem e deixam cair estudos e projetos num esquecimento náo explicado , a roçar a presunção de crimes que a justiça náo esclarece e parece comprometida. Tudo isto mostra a incapacidade da politica para governar seriamente e produz constantes duvidas na area dos financiamentos que se fazem sem explicação. Um caso concreto passa hoje pelo PPR , cujos gastos e aplicações passam por um secretismo doentio e náo democrático, quando tudo devia ser informação rigorosa e clara dos investimentos feitos. Daí vivermos sobre um conceito de corrupção politica permanente estendida aos atos que não conhecemos nem entendemos.