“Vinha-me a rir” com o que Rui Tavares disse. Mortágua chora durante greve

2

Esquerda.net / Flickr

Mariana Mortágua durante greve da Teleperformance

Mariana Mortágua e Paulo Raimundo juntaram-se (mas não estiveram juntos) à greve dos trabalhadores da Teleperformance. E a contradição de Rui Tavares.

“Foi uma absoluta coincidência. Acho normal que os partidos de esquerda, que querem melhores salários, se juntem aos trabalhadores”.

Mariana Mortágua não combinou com Paulo Raimundo, mas os líderes de Bloco de Esquerda e de PCP juntaram-se aos trabalhadores da Teleperformance que fizeram greve nesta segunda-feira. Mas não estiveram juntos.

Eram centenas de pessoas da empresa de apoio ao cliente, muitos deles jovens. Mariana Mortágua estava numa manifestação “histórica” e apelou aos jovens: “A vossa luta é a luta por um país melhor. Continuem, continuem que eles vão ceder“.

“Há duas formas de estar na vida e de estar na política: ou se está com quem trabalha ou se está com quem quer lucrar e explorar quem trabalha”, disse Mortágua.

A líder do Bloco gritava: “Os partidos têm que fazer uma escolha: de que lado é que estão. Eu e o meu partido nunca vacilámos, pusemos a palavra precariedade no mapa, estivemos ao vosso lado em todas as lutas e estamos agora, faça chuva ou faça sol”.

E recusa multinacionais que vêm para Portugal “para explorar trabalhadores, para lhes pagar abaixo do salário mínimo. Não, obrigada!”.

Eram gritos junto ao microfone e lágrimas enquanto ouvia relatos de trabalhadores.

Paulo Raimundo pegou no megafone e disse: “Caros amigos, era só para dar uma salva de palmas pela vossa coragem, pela vossa determinação”.

O líder da CDU destacou: “Estão a lutar por aquilo a que têm direito, por estarem a lutar pelo vosso trabalho, pela vossa estabilidade e, acima de tudo, por uma coisa pela qual estamos a batalhar e que não vamos largar: o aumento dos salários” – assunto repetido por Paulo Raimundo ao longo das últimas semanas.

“Não há nada que justifique que não haja aumento dos salários. Não há nada que justifique estes milhões de lucros e a vida de cada um de nós cada vez mais apertada”, alertou o comunista.

A contradição de Rui Tavares

Rui Tavares é visto por muitos como um dos políticos com discurso mais fluído e mais coerente.

Mas o porta-voz do Livre não escapou a uma crítica por causa de um “desvio” numa resposta durante o debate nas rádios desta segunda-feira.

O desabafo foi de Sara Antunes de Oliveira, na rádio Observador: “Vinha-me a rir para o estúdio porque Rui Tavares queria que Luís Montenegro fosse tão claro sobre uma moção de censura do Chega, acha que a clareza de Rui Rocha é de pouca dura e diz que é preciso ser honesto com as pessoas…”.

Mas, no debate radiofónico, perguntaram ao líder do Livre se vai ser candidato às eleições europeias em Junho. A resposta foi: “Bom, acho que neste momento devemos estar a falar do dia 10 de Março – o que é uma coisa genial, confesso que não esperava isto de Rui Tavares, que não costuma fugir a estas questões”, afirmou a comentadora.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

2 Comments

  1. A “contradição ” de Rui Tavares, remete-se para um espaço temporal que a justifica perfeitamente, “menina” Sara.
    Um nin para as europeias em Junho, em nada se assemelha a um nin para as legislativas, a duas semanas de acontecerem. Digo eu, e não me engano.
    É a especialidade desse jornal, mas não queira por rabos de palha onde não assentam, nem cabem.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.