Os candidatos eleitorais também perdem a paciência (com derrotas do Benfica ou trabalhos de casa)

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ZAP // V.A. / Lusa

Um retrato diferente – e interessante – de todos os líderes dos partidos que estão na Assembleia da República. E a desconfiança?

Pedro Nuno Santos no Museu do Calçado, Luís Montenegro na sede do PSD.

André Ventura na sede do Chega, Rui Rocha numa casa, Mariana Mortágua na biblioteca do Banco de Portugal, Paulo Raimundo na Associação Cristã da Mocidade.

Inês de Sousa Real num quartel de bombeiros, Rui Tavares na associação Ephemera.

Os líderes dos oito partidos que estão na Assembleia da República, e todos candidatos a primeiro-ministro, apareceram em sítios diferentes e apresentaram outras vertentes da sua personalidade num formato distinto (e interessante) transmitido na RTP.

Foram feitas as mesmas perguntas a cada um dos candidatos. Sempre a mesma pergunta, obviamente sempre com respostas diferentes.

A primeira foi curiosa: “O que é que o faz perder a paciência?”.

Pedro Nuno Santos respondeu que as injustiças sociais “tiram do sério”. E há outro momento em que perde a cabeça: “Ao fazer trabalhos de casa com o meu filho”, disse, a sorrir.

Luís Montenegro salientou a maldade: “Quando as pessoas intencionalmente fazem juízos contra a evidência, isso faz-me sentir alguma revolta”.

André Ventura perde a paciência com desorganização. “Apesar de eu não ser a pessoa mais organizada do mundo, sofro muito com isso, até pessoalmente”, reconheceu.

Rui Rocha falou sobre o país: “O estado a que o país chegou, quando vejo a saúde, os transportes, a educação…”.

Paulo Raimundo deixou uma resposta mais esférica: “Para além das derrotas do Benfica, mas isso é um parêntesis. Mas são a hipocrisia e o cinismo”.

Mariana Mortágua destacou as discussões e reuniões que se prolongam desnecessariamente: “Apenas porque às vezes as pessoas gostam muito de se ouvir falar”.

Inês de Sousa Real deu a resposta mais curta: “A injustiça. Mas em regra sou muito resiliente”.

Rui Tavares perde a paciência com as coisas que “demoram muito tempo a ser feitas em Portugal, e quando me dizem que não vale a pena. Não sou o português de baixar os braços”, explicou.

Entre outros assuntos, falou-se sobre ataque nuclear, sobre cartas de amor. Falou-se sobre credibilidade e sobre… desconfiança.

A pergunta era “O que é que pode suscitar desconfiança em si?” – e os dois principais candidatos a São Bento não fugiram ao assunto central em cada caso.

Pedro Nuno Santos tem noção de que a sua saída do cargo de Ministro das Infraestruturas e da Habitação (processo TAP) continua a “marcar negativamente” o seu percurso.

Luís Montenegro falou sobre a diferença entre o que é realmente e a percepção que causa nas pessoas, admitindo “dificuldades na comunicação” ou “deturpação na comunicação”.

Mortágua foi clara nesta resposta: “Espero que nada”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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