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Kim Jong-un admite fracasso

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jannewittoeck / Flickr

O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un

Líder da Coreia do Norte tem noção de que a economia interna está numa “situação terrível” devido à “incapacidade de satisfazer as necessidades básicas das pessoas”.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, afirmou que a situação económica do país é “um grave problema político” e que este se encontra numa “situação terrível”, informou hoje a agência de notícias oficial KCNA.

“A incapacidade de satisfazer as necessidades básicas das pessoas localmente, incluindo a alimentação, tornou-se um problema político grave que o nosso partido nunca poderá ignorar”, disse Kim, numa reunião do Politburo no início da semana, de acordo com a KCNA.

Depois de o país ter sofrido um agravamento económico e alimentar depois da pandemia da covid-19, a economia do país encontra-se numa “situação terrível”, alertou o dirigente, acrescentando que faltam condições fundamentais e existem graves desequilíbrios.

Kim sublinhou a importância de desenvolver a economia nas áreas fora de Pyongyang, com a construção de fábricas modernizadas em todos os condados durante a próxima década.

“Existem graves desequilíbrios e enormes diferenças entre as regiões em termos de circunstâncias geográficas, potencial económico e condições de vida. Devem ser desenvolvidos planos específicos e métodos corretos com boas hipóteses de aplicação prática”, afirmou.

O líder norte-coreano prometeu ainda “fortes medidas de apoio estatal” para reduzir o fosso económico entre as cidades e as zonas rurais.

A Coreia do Norte depende fortemente do trabalho físico para manter a sua economia a funcionar, num momento em que os laços comerciais estão praticamente cortados com devido às sanções impostas pelo ocidente.

A Coreia do Norte enfrentou uma grave escassez de alimentos na sequência do encerramento das fronteiras durante a pandemia, de más colheitas e condições meteorológicas desfavoráveis, disseram observadores do país citados pela agência de notícias EFE.

Segundo afirmou em agosto do ano passado o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, muitos norte-coreanos “parecem estar a enfrentar fome extrema“.

No entanto, a situação alimentar terá melhorado nos últimos meses, com a reabertura gradual do comércio com a China, de acordo com os últimos dados das alfândegas chinesas.

Uma das razões estruturais por trás da quebra da economia norte-coreana é a acentuada quebra de natalidade no país nos últimos anos, que levou mesmo Kim Jon-un a apelar emocionadamente às mulheres coreanas que tenham mais filho.

Parar o declínio nas taxas de natalidade e proporcionar bons cuidados e educação às crianças são todos assuntos de família que devemos resolver juntamente com as nossas mães”, disse Kim durante um discurso no Encontro Nacional de Mães.

Nos últimos anos, a economia norte-coreana conheceu entretanto um epifenómeno peculiar, com o surgimento de um “capitalismo de base” propulsionado pelo aparecimento de empreendedorismo feminino.

De acordo com um estudo recente, ao procurar excluir as mulheres da esfera pública e da economia formal, o governo da Coreia do Norte na verdade impulsionou-as a tornarem-se empreendedoras, com efeitos em cascata na sociedade — lançando uma “revolução no feminino” na Coreia do Norte.

ZAP // Lusa

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3 Comments

  1. O quê?! O Grande Líder está (finalmente) preocupado com a pobreza do povo?! Espectacular! E agora, vai invadir a Coreia do Sul para se apropriar das suas riquezas, como a Rússia fez na Ucrânia?

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