“Matemática do amor” calcula o momento certo de assentar

Como saber se encontrou o amor da sua vida? Trata-se de um dilema que sempre existiu.

Talvez suspeite, em segredo, de que se tenha acomodado muito cedo ou que poderia ter encontrado alguém melhor se tivesse esperado um pouco mais. Ou talvez tenha receio de que, se deixar o seu parceiro(a), pode nunca mais vir a encontrar alguém à altura.

Como saber se está na altura de parar de olhar à volta? Será que a matemática pode ajudar-nos a encontrar o melhor parceiro possível?

O programa de rádio More or Less, da BBC, colocou essas questões ao matemático Matt Parker, que sugere uma abordagem científica para resolver a questão.

“Quando estás a entrevistar parceiros – ou seja, a namorar ou a ir a encontros -, à medida que avalias os candidatos e os rejeitas, é muito difícil voltar atrás e dizer a algum deles ‘Olha, mudei de ideias – parece que afinal és o melhor que consigo arranjar'”, diz ele.

Por outro lado, é preciso estar em contacto com um número suficiente de parceiros para ter uma ideia geral das suas possibilidades.

Estratégia matemática

Matematicamente, afirma Matt Parker, sabemos que, se quisermos obter a melhor pessoa possível dentro da média, é preciso estimar o número total de pessoas com quem vamos sair durante a nossa vida.

Tente fazer uma previsão desse número – por agora, imaginemos que são 25 pessoas. Calcule a raiz quadrada desse número – neste caso, 5. Agora, utilize os seus 5 primeiros encontros para analisar a qualidade, “compilando” informações para a sua própria pesquisa de mercado. Se achar que vai sair com 100 pessoas ao longo da sua vida, pode usar os primeiros 10 encontros como referência.

“Podes até registar os encontros numa folha de cálculo, e determinar quem foi o melhor e porquê”, diz Parker. “Feito isto, continua com as saídas até encontrares alguém tão bom ou melhor do que a média da amostra original. Matematicamente, vais poder obter o melhor resultado.” E sim, de acordo com a fórmula, assentar com qualquer um desses primeiros parceiros poderá ser cedo demais.

A fórmula não é perfeita, claro. Quanto tempo de encontros ou namoro é preciso até determinar a qualidade do parceiro? Como avaliar as pessoas de forma objetiva? Será que as características que considera positivas num parceiro – ou mesmo o que considera um parceiro “ideal” – não mudarão ao longo do tempo?

Também existe a dificuldade de estimar, com precisão, o número de pessoas com quem se envolverá romanticamente ao longo da sua vida.

“Como sempre, um modelo matemático só é bom se partir de boas premissas iniciais, e depende de quantos fatores levarmos em conta e do quão precisos conseguimos ser ao avaliá-los“, pondera Matt Parker.

“Os estudos parecem indicar que a maioria das pessoas se acomoda cedo demais, e não apenas na procura por parceiros para toda a vida – isto também acontece em questões como comprar uma casa, um carro usado – e a análise matemática pode dar-nos uma ideia de quantas amostras é melhor avaliar.”

Em contrapartida, afirma o matemático, “em namoros online, as pessoas entram num ciclo de nunca parar de analisar as suas amostras, sempre a pensar que há alguém melhor por aí. O melhor é não seguir religiosamente o algoritmo – mas não deixa por isso de ser um guia razoável para mostrar, de forma aproximada, o que podemos fazer.”

Dica: para calcular a raiz quadrada do seu número estimado de encontros, digite “raiz quadrada de [número]” no Google.

ZAP / BBC

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