“Ataque aéreo: míssil a sobrevoar”. SMS alerta taiwaneses para satélite chinês

A quatro dias das eleições presidenciais e legislativas, os taiwaneses receberam a mensagem presidencial alarmante nos seus telemóveis.

O ministério da Defesa de Taiwan enviou esta terça-feira uma mensagem por telemóvel aos residentes da ilha a alertar para um “ataque aéreo”, após Pequim ter anunciado o lançamento bem-sucedido de um satélite.

O alerta que apareceu automaticamente nos ecrãs dos telemóveis apelou à população para “ter cuidado”, quatro dias antes das eleições presidenciais e legislativas de Taiwan. As versões em chinês e inglês diferem, porém, no desígnio do objeto que alegadamente atravessou o espaço aéreo da ilha.

“Alerta de ataque aéreo: míssil a sobrevoar o espaço aéreo de Taiwan, atenção”, lê-se na versão em inglês da mensagem, partilhada com a agência Lusa por um residente no território.

Os media taiwaneses dizem que esta é a primeira vez que o seu governo emite um alerta em toda a ilha desta natureza.

A versão em chinês refere antes que a China lançou um satélite às 15:04 (07:04, em Lisboa), que atravessou o espaço aéreo do sul de Taiwan.

“Se for encontrado um objeto desconhecido, por favor notifique a polícia”, acrescentou a mensagem do ministério.

O satélite foi lançado do Centro de Lançamento de Satélites de Xichang na província de Sichuan da China, às 15:03 hora local, disse o ministério da defesa de Taiwan. Mais ou menos à mesma hora que o alerta, a CCTV da China anunciou que um satélite chamado Einstein Probe tinha sido lançado com “sucesso completo”.

 

Há muito que a China  reivindica o Taiwan como parte do seu próprio território e o país governado por Xi Jinping tem mesmo sido acusado de interferir na votação.

A ilha autogovernada, com 23 milhões de pessoas, é um ponto chave no embate entre a China e os EUA pela supremacia na Ásia e as eleições devem moldar a trajetória das relações entre Pequim e Washington.

A China já disse, em maio, estar preparada para “esmagar resolutamente qualquer forma de independência de Taiwan”. Apesar da ilha nunca ter feito parte da República Popular da China, o Partido Comunista Chinês quer a unificação política, ameaçando a ilha através da força, caso Taipé – a capital de Taiwan – declare formalmente a independência.

ZAP // Lusa

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