Os professores não se sentem protegidos pelo Ministério da Educação. Estão “tristes, desanimados” e muitos pensam abandonar a profissão. O que poderá fazer o próximo Governo para lhes voltar a pôr um “sorriso no rosto”?
“Os professores andam tristes e desanimados” – foi o que escreveu uma aluna do distrito de Aveiro, numa carta dirigida ao ministro da Educação, João Costa.
“A escola deve ser um lugar feliz. Ajude os meus professores para que voltem a ter um sorriso no rosto”, escreve a aluna, citada, esta quinta-feira, pelo Público.
Mas, afinal, o que querem os professores? Querem ser respeitados, valorizados, mais bem remunerados, de forma mais urgente, querem “a reposição dos seis anos, seis meses e 23 dias do tempo de serviço congelado“, explica, ao matutino, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima.
E deve ser essa a primeira coisa que o novo ministro da Educação – seja ele quem for – deve fazer, após as eleições de março.
“Seria uma entrada de leão que devolveria a paz e a tranquilidade às escolas públicas, que têm trabalhado sobre brasas”, diz Filinto Lima.
O presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira, disse, em declarações ao mesmo jornal, que “os professores mais velhos estão mortos para se irem embora e os mais novos andam à procuram de outras soluções: É uma catástrofe para a educação“.
“É preciso proteger quem já está na profissão. Não têm sido bem tratados nos últimos anos e isso reflete-se. São já poucos os que mostram paixão, muitos estão à beira do burnout. E os principais prejudicados são os alunos”, acrescentou.
Mas, caso o próximo Governo aceda aos pedidos dos professores, talvez, os “sorrisos no rosto” voltem e a vontade de abandonar a profissão desapareça, resolvendo-se, assim, o grande problema da Educação: “a falta de docentes”.
João Costa, o Ministro que perdeu toda a dignidade e credibilidade.
Mas alguém acredita num ministro que há tempos dizia que os professores não tinham direito à contagem do tempo de serviço reclamada durante um ano letivo e agora, após marcação de eleições, já afirma o contrário.
Já entrou na normalidade das escolas a falta de professores após um período letivo já concluído.
Veja-se a falta de justificação, sempre muito atabalhoada, que o ministro procurou arranjar para o desastre que o relatório PISA, na edição de 2023, veio identificar que os alunos portugueses baixaram o seu desempenho em matemática, leitura e ciências.