Carneiro e Adrião querem debates, Pedro Nuno rejeita (com uma desculpa). Por enquanto, só há espaço para ataques ao Congresso da oposição — um “desfile de ministros de Passos Coelho” num PSD “igualzinho” aos tempos da troika.
Apesar de se encontrar em desvantagem em relação ao candidato Pedro Nuno Santos no apoio das distritais — e em todas as contagens de preferências de voto — José Luís Carneiro tem vindo a incitar ao debate dentro do Partido Socialista (PS). “Cada militante conta” na hora do voto.
“Os monólogos não são próprios das democracias. Apresentámos propostas e o Partido Socialista sairia mais forte e sairá mais forte se houver debate entre todos os candidatos”, defendeu José Luís Carneiro.
Mais recentemente, a posição do candidato centrista foi partilhada por Daniel Adrião, que também vai lutar à liderança socialista.
“Venho manifestar a minha total disponibilidade para participar em debates que reúnam os três candidatos a secretário-geral e que sejam promovidos, quer por iniciativa do partido e das suas estruturas, quer por iniciativa dos órgãos de comunicação social”, refere carta do candidato.
No entanto, as várias “dicas” deixadas por ambos não mereceram qualquer resposta do ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos. Do seu lado, usa-se uma desculpa: é preciso não dar argumentos à direita para a campanha das legislativas.
PSD está “igualzinho” aos tempos da troika
“Não nos enganemos: o PSD não está melhor hoje“, começou por sublinhar Pedro Nuno no discurso para apoiantes, em Évora, que rapidamente se tornou para o Congresso do PSD com lugar em Almada, este sábado.
“Teremos oportunidade de ver todo o desfile de ministros de Pedro Passos Coelho para que nunca nos esqueçamos que o PSD na sua natureza é igualzinho ao PSD que infligiu o sofrimento que vivemos entre 2011 e 2015″, rematou.
O PSD planeia transformar o seu próximo Congresso num evento de arranque para a campanha eleitoral.
O encontro contará com discursos de figuras proeminentes do partido, incluindo Miguel Poiares Maduro, José Luís Arnaut, e Nuno Morais Sarmento, além de mensagens de líderes europeus de apoio a Montenegro.
Às eleições diretas socialistas de 15 e 16 de dezembro apresentaram-se até agora três candidatos, o atual ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, o ex-ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos e Daniel Adrião, dirigente da linha minoritária de oposição ao atual secretário-geral, António Costa.