20 detidos por falsificação de análises de água para consumo humano. Câmaras sob suspeita

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A Polícia Judiciária deteve 20 pessoas no âmbito de uma grande operação de buscas que envolve várias Câmaras Municipais do norte do país. Estão em causa suspeitas relacionadas com o negócio das águas.

Estas 20 pessoas foram detidas por “suspeitas de falsificar análises de água destinada ao consumo humano“, como apurou o Jornal de Notícias (JN).

Denominada “Gota de Água”, esta operação de investigação das Polícias Judiciárias (PJ) do Porto e de Vila Real tem no epicentro um laboratório que tem a responsabilidade de recolher e analisar as águas destinadas ao consumo humano, mas também as águas residuais e balneares, de piscinas, ribeiras, furos e poços.

Esse laboratório que está “devidamente acreditado, procedia à falsificação de todos os procedimentos de amostragem e análises relativas ao controlo de águas de consumo humano contratadas pelas entidades gestoras”, nomeadamente as Câmaras Municipais e as empresas municipais, “em conluio com alguns dos funcionários, dirigentes e eleitos locais destas entidades”, aponta o JN.

O laboratório sob suspeita e detido em 50% por uma empresa multinacional e é propriedade também de seis municípios e de uma Associação de Municípios.

Foram realizadas 60 buscas domiciliárias e não domiciliárias a pessoas, a empresas e a entidades públicas em vários concelhos do país, incluindo Aveiro, Braga, Bragança, Coimbra, Guarda, Lisboa, Porto, Vila Real e Viseu.

O Correio da Manhã (CM) refere buscas nas Câmaras Municipais de Vila Verde, de Vila Pouca de Aguiar, de Vila Flor e de Alfândega da Fé, salientando que estão em causa suspeitas em torno do “negócio das águas” e das empresas municipais.

O caso envolve “crimes de abuso de poder, falsidade informática, falsificação de documentos, associação criminosa, prevaricação, propagação de doença e falsificação de receituário”, segundo o JN.

Câmaras confirmam buscas

Ao início da tarde, seis Câmaras Municipais confirmaram buscas da PJ: Vila Flor, Mirandela, Alfândega da Fé, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro e Mogadouro.

A Câmara de Vila Flor encarou este procedimento “com naturalidade” e não sabia o que estava a ser investigado.

Em Alfândega da Fé, as buscas foram concentradas na casa de uma funcionária e no seu posto de trabalho. Fonte da autarquia comentou com a agência Lusa que uma queixa anónima entre laboratórios que “suspeitas lançaram de parâmetros da qualidade da água” originou estas buscas.

A Câmara Municipal de Miranda do Douro também não sabia o objectivo das buscas.

Em Mogadouro os inspectores da PJ estiveram no município e tiveram contacto com colaboradores da autarquia pertencentes ao sector das águas.

ZAP //

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2 Comments

  1. Mais uma para desacreditar políticos e autarcas. Até com as análises da água que nos fornecem, muitas das quais a peso de ouro, brincam com a vida e saúde das pessoas. Mas que país é este???????? pqp!

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