Roger Waters não consegue hotel na Argentina e no Uruguai (e culpa Israel)

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Alterna2, http://www.alterna2.com / wikimedia

Roger Waters, um dos fundadores dos Pink Floyd

O cantor e compositor britânico Roger Waters acusa o “lobby” israelita” por não conseguir alojar-se nos hotéis de Montevideu e Buenos Aires, onde tem concertos agendados na próxima semana.

O fundador dos Pink Floyd, que deu recentemente vários concertos no Brasil, no âmbito da sua digressão “This is Not a Drill“, tem concerto marcado em Montevideu (Uruguai) na sexta-feira, e em Buenos Aires (Argentina) na terça-feira e quarta-feira da próxima semana.

No entanto, o artista de 80 anos disse ao jornal Página 12 que não teve outra opção que não ficar alojado em São Paulo (Brasil), onde deu concertos no sábado e no domingo. Assin, vai voar a partir dali no próprio dia dos concertos.

“De uma maneira ou de outra, os idiotas do lobby israelita conseguiram angariar todos os hotéis de Buenos Aires e Montevideu e organizaram esse boicote extraordinário baseado em mentiras maliciosas sobre mim”, disse ao jornal.

A AFP contactou os hotéis de Montevideu que não estiveram disponíveis para fazer comentários.

Cartas acusam Roger Waters de propagar ódio contra judeus

Os presidentes do Comité central israelita do Uruguai, Roby Schindler, e da organização não-governamental judaica B”Nai B”Rith, Franklin Rosenfeld, acusaram Roger Waters de ser um “propagador” do ódio contra os judeus, em cartas enviadas ao hotel Sofitel da capital uruguaia e que foram difundidas nas redes sociais.

Schindler qualificou Roger Waters de “misógino, xenófobo e anti-semita”, enquanto Rosenfeld ameaçou lançar uma campanha anti-Sofitel se o hotel acolhesse o “artista anti-semita”.

“Nunca tive um pensamento anti-semita que fosse em toda a minha vida”, defende-se Roger Waters na entrevista ao Página 12, sublinhando que as suas críticas são contra o Governo israelita.

Em 2023, várias polémicas envolveram o músico que se tem empenhado na defesa dos direitos humanos. Já denunciou, nomeadamente, a invasão russa da Ucrânia à ONU, mas também culpou os nacionalistas ucranianos pela guerra.

Nos últimos anos, Roger Waters também tem defendido ações de boicote a produtos israelitas em nome da defesa da causa palestiniana. E chegou a pedir ao artista português Conan Osiris para não ir à Eurovisão em Israel, em 2019.

A digressão “This is Not a Drill” começou em Julho de 2022 nos EUA, tendo depois seguido para a Europa e deve terminar a 9 de Dezembro no Equador, depois de concertos no Chile, Peru, Costa Rica e Colômbia.

ZAP // Lusa

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